Um projecto avaliado em 250 mil dólares para a produção da micro alga, rica em proteínas, denominada "Espirulina" vai ser desenvolvido, num período de 18 meses, pelo Ministério das Pescas, em parceria com a Organização das Nações Unidas para a
Alimentação e Agricultura (FAO) e colaboração da Associação Nacional de Aquicultores.
O facto foi revelado esta segunda-feira, em Luanda, pela ministra das Pescas, Victória de Barros Neto, durante a abertura do workshop sobre o projecto de apoio à fileira da "Espirulina", tendo sublinhado que acção visa contribuir no melhoramento do estado nutricional das populações e dinamizar o processo da diversificação económica no país.
Para a concretização exitosa deste projecto, afirmou, o sector das pescas e seus parceiros iniciará o trabalho prático de cultivo da "Espirulina" com a instalação de uma unidade no Centro de Formação e Processamento do Ngolome, situado na província do Cuanza Norte, onde os aquicultores serão chamados a replicar e expandir a produção desta proteína nos locais que apresentarem condições propícias.
Segundo a governante, com a colaboração e participação dos ministérios da Saúde, Educação e Organizações Não Governamentais, o sector que dirige trabalhará com vista ao processamento e a divulgação da utilidade nutricional da "Espirulina".
As potencialidades hídricas que Angola possui, referiu, possibilitam desenvolver a biotecnologia para obtenção de produtos de alto valor proteico e de baixo custo, assim como melhorar a dieta e saúde das populações mais vulneráveis.
Disse que a produção desta proteína vai também possibilitar dinamizar a exportação para obtenção de divisas no país.
Com base aos dados bibliográficos, segundo a ministra, em dez hectares dessa alga podem ser fornecidos suplementos em vitaminas e sais minerais ao meio milhão de pessoas.
A proteína, prosseguiu, possui características espectaculares por ter 70 porcento de proteínas com grande quantidade de ferro, dez vezes superior ao Espinafre, muito mais vitamina B12 do que qualquer outro alimento e 30 vezes mais “caroteno” do que a cenoura.
A ministra afirmou que a partir da "Espirulina" podem ser fabricados comprimidos, extractos de algas para diversos usos e pode ser comercializada em pó para administração em crianças, idosos, mulheres grávidas e a todos que necessitam consumir esta proteína.
Apontou a Índia, o Japão, a China, o Brasil, a Cuba, o Gana, Tchade e Burkina Faso como os países que mais produzem e exportam a "Espirulina".
Apelou ao empresariado nacional e estrangeiro a aproveitar esta oportunidade para diversificar os seus negócios e as suas fontes de receitas, iniciando uma carreira empresarial de futuro e de grande sucesso para o aumento do auto emprego.
A primeira experiência de produção da "Espirulina" no país ocorreu em 2013 e 2014, no Kikuxi, município de Viana, em Luanda.
O workshop realizado pelo Ministério das Pescas, em um dia, contou com a presença da ministra da Ciência e Tecnologia, Maria Cândida Teixeira, secretários de Estado, representantes da FAO, directores nacionais, entre outras individualidades
A "Espirulina" é uma micro alga de água doce que vive em habitat de Fósforo (PH) alcalino e que existe há milhões de anos sobre a terra. Tem mais de 60 nutrientes essenciais, sendo considerada uma fábrica de proteínas, vitaminas e sais mineiras, cujo consumo regular, substitui amplamente os complementos alimentares que tomamos diariamente e por ser de fácil assimilação. Foi declarada pela FAO e OMS como o melhor alimento do futuro.
Fonte:Angonoticias
Reditado para:Noticias do Stop 2017