Cunene, Cuando-Cubango, Huíla e Namibe são as quatro províncias de Angola que enfrentam as consequências da longa estiagem, com reflexos na vida socio-económica das populações locais que enfrentam escassez de água e de alimento.
"Há uma seca prolongada. Começou a chover desde o mês de Fevereiro, mas isto não significa que a fome tenha passado. A província do Cunene, da Huíla do Cuando-Cubango e do Namibe, as quatro províncias do sul de Angola, que passam por situação de fome durante os últimos tempos. Começou a chover, sim, mas isto é uma chuva atrasada quer-lhe dizer que uma chuva de dois meses não é suficiente para prover as pessoas de alimentos", lamenta Dom Pio Hipunhati, bispo da diocese de Ondjiva, na província do Cunene.
O bispo da diocese de Ondjiva apela à solidariedade das pessoas, "daquelas pessoas que, de facto, podem ajudar-nos não digo a combater, mas pelo menos a os efeitos da seca. Nós precisamos de ajuda alimentar. Precisamos de mantimentos porque a partir do próximo mês de Maio teremos a situação mais clara do que se fez ou não se fez".
Vários projectos estruturantes, de coordenação central, estão a ser edificados na região, visitada, há um ano, pelo Presidente angolano, João Lourenço. "Esses projectos decorrem e são estruturantes. São canais e vai terminar o primeiro canal diz-se que será inaugurado mais ou menos este ano, mas até que isto possa traduzir-se possa dar produzir alimentos leva o seu tempo e também não um canal que passa por toda a região. São alguns quilómetros que passam por por dois ou três municípios. Portanto não se pode considerar que seja algo que de imediato possa ter o impacto esperado", lembra Dom Pio Hipunhati.
"Temos ainda pessoas a morrer de fome, sim. Se nós formos às zonas do Coroca da Dacama e Disgambos ainda encontramos pessoas a morrer de fome, infelizmente. A morte pela fome fala e de tudo aquilo que é consequência má nutrição, como a tuberculose. Essas doenças todas que normalmente aparecem quando não há alimentos suficientes. Quando há pessoas que se alimentam quando recebem algo de uma organização ou do Estado, significa que existe insegurança alimentar porque as pessoas não se podem alimentar por si", concluiu.
O governo angolano estima que perto de 1,5 milhões de pessoas nas províncias do Cunene, Huíla, Namibe e Cuando-Cubango estejam a viver os efeitos negativos da seca cíclica na região sul do país.
Fonte:da Redação e da rfi
Reeditado para:Noticias do Stop 2022
Outras fontes • AFP, AP, TASS, EBS
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