Na mesma linha do presidente da França, François Hollande, e do chanceler da Alemanha, Angela Merkel, que exortaram um aprofundamento das relações entre os países da região como forma de fortalecer o projeto político europeu, o primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, afirmou que a UE precisa ser reestruturada, mas garantiu que seu país continuará parte do bloco.
"Hoje, mais do que nunca, estamos convencidos que esta casa precisa ser reestruturada", disse em uma conferência de imprensa convocada para comentar o resultado do plebiscito. Ele acrescentou que deve se encontrar com os líderes da França e da Alemanha em Berlim, na segunda-feira.
Em visita a Luxemburgo, o ministro de Relações Exteriores da Holanda, Bert Koenders, afirmou que os demais 27 países da União Europeia precisam agora pressionar o Reino Unido a iniciar as negociações formais para a saída do bloco "assim que possível".
"Existe uma forte vontade, por parte da grande maioria dos Estados membros, de acelerar esse processo", disse.
O chanceler da Áustria, Christian Kern, criticou o primeiro-ministro David Cameron após a votação. "Temos que ter em mente as condições em que se realizam um plebiscito quando alguém busca, de antemão, se opor fundamentalmente às questões europeias (como Cameron fez)", disse. "É claro que fica mais difícil."
Na Espanha, o ministro de Relações Exteriores, José Manuel García-Margallo, disse ser lamentável a decisão do Reino Unido de deixa a UE, mas acrescentou que o Madri deve agora pressionar pela co-soberania de Gibraltar, um território atualmente em posse dos britânicos, mas que é disputado entre os dois países.
Na Grécia, o primeiro-ministro Alexis Tsipras, afirmou que o plebiscito um forte golpe à unificação europeia, que deveria forçar a mudança para práticas mais "democráticas" dentro da UE.
O dirigente disse que a decisão "confirma a profunda crise política, de identidade e de estratégia da Europa".
"O plebiscito britânico pode ser tanto um despertar antes que caiamos no vazio, ou o início de um curso de queda bastante perigoso para nossos povos", disse em discurso televisionado.
Em Moscou, por outro lado, políticos comemoraram a decisão britânica. "Sem o Reino Unido na UE, não haverá mais ninguém para pressionar pelas sanções com tanto fervor', disse o prefeito da capital russa, Sergei Sobyanin.
Já o ministro das Finanças, Anton Siluanov, afirmou que o Brexit deve ter um impacto negativo, mas limitado nos mercados financeiros locais.
"Para a Rússia, significa a queda dos preços do petróleo, o enfraquecimento do rublo, maior volatilidade dos mercados. "São eventos desagradáveis, porém apenas uma fração do que já passamos, e portanto eles terão impacto limitado."
Anteriormente, o presidente Vladimir Putin declarado que preferia se abster de fazer um julgamento sobre o plebiscito, mas avaliou que ele não iria influenciar as sanções impostas pela Europa e os Estados Unidos sobre a Rússia.
Fonte:AFP e Dow Jones Newswires.
Reditado por:Noticias Stop 2016
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