O "ministro" de Economia vaticano, que foi arcebispo de Melbourne, prestou depoimento nos últimos quatro dias desde este hotel romano por videoconferência, no processo pelos abusos a menores cometidos entre as décadas de 70 e 90 nas cidades australianas de Ballarat e Melbourne.
Pell tinha informado em comunicado que estava disposto a se reunir com as vítimas dos abusos que tinham viajado para Roma para acompanhar seu depoimento e para pedir um encontro com o papa Francisco, o que ainda não foi confirmado.
Outro grupo dos 15, entre vítimas e familiares que foram a Roma, também tiveram uma reunião com o padre jesuíta Hans Zollner, vice-reitor da Universidade Gregoriana e responsável pelo departamento de Psicologia, e que faz parte da Comissão para a Tutela de Menores que o papa criou em 2014.
Nestes quatro dias em que o cardeal australiano depôs à justiça australiana por videoconferência, já que tinha alegado a impossibilidade de viajar por seu estado de saúde, Pell reconheceu que a Igreja tinha cometido "enormes erros", mas negou que tivesse conhecimento, em profundidade, acobertado ou protegido os sacerdotes pedófilos com quem trabalhou ou que conheceu.
Pell, de 74 anos, também admitiu que na Igreja Católica existia a tendência generalizada de não dar crédito às denúncias dos menores, em uma época em que "se buscava proteger a instituição da vergonha".
O cardeal, além disso, justificou sua falta de ação pela falta de autoridade, e alegou que as informações que incriminariam outros padres foram escondidas dele por outros religiosos , apesar dos abusos serem de conhecimento da comunidade.
As vítimas manifestaram nestes dias aos meios de comunicação que Pell deveria renunciar ao seu cargo como governador regional da Secretária Econômica da Santa Sé, organismo constituído por Francisco, embora não tenha sido isso que vieram pedir em Roma.
Fornecido por: EFE 2016 ( STOP )