
do que a economia produz ao longo do ano, para 4%, de acordo com contas efectuadas por OPAÍS. Mas a subida da receita petrolífera poderá ser ainda maior e o défice menor, dado que nos nossos cálculos mantivemos o valor estimado dos direitos da concessionária, a Sonangol, inscrito no OGE para 2017.
Ora, subindo o preço do barril também o valor dos direitos da concessionária deverá subir. A previsão do volume de barris exportados também é a mesma que figura no OGE 2017, sem atender aos efeitos dos cortes decorrentes dos acordos da OPEP no sentido de limitar a produção com o objectivo de reintroduzir mais equilíbrio entre a oferta e a procura de crude no mercado.
As contas de OPAÍS, que têm apenas um significado indicativo, assumem que os dois impostos petrolíferos (IRP e IPP) variam positivamente face a uma maior receita bruta de exportação, mantendo as quantidades de crude exportadas, mas fazendo evoluir o preço unitário (barril de petróleo) de USD 46, valor inscrito no OGE 2017, para USD 60, um valor de referência que corresponderá à evolução do mercado e às declarações efectuadas por responsáveis da OPEP e de outros países que aderiram à política de cortes na produção, entre os quais a Rússia, o primeiro produtor mundial. Embora o clima permaneça de incerteza nos mercados, a verdade é que é cada vez mais plausível que o preço do crude estabilize, no mínimo, em torno de USD 60 por barril.
Com efeito, desde que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) decidiu formalmente, a 25 de Novembro de 2016, voltar à política de cortes na produção, a que conseguiu associar outros 11 países produtores para além dos 14 nela filiados, que o preço do barril de petróleo praticamente não cede. A tendência de subida é inequívoca. A 25 de Novembro o preço do barril de Brent (referência das ramas angolanas) encontrava-se pouco acima de 47 dólares. No início deste mês de Fevereiro o ganho era de quase 10 dólares, com o Brent a situar-se muito próximo de 57 dólares. Um movimento que acompanha a concretização dos cortes acordados. À medida que vão acontecendo o preço vai subindo.
No final de Janeiro uma pesquisa da Reuters indicava que a produção da OPEP deveria cair 1 milhão de barris no primeiro mês do ano. A oferta dos 11 membros da organização sujeitos a metas de produção ao abrigo do acordo ficou em média em 30,01 milhões de barris/dia, segundo a pesquisa, baseada em dados de embarque e informações de fontes da indústria, abaixo dos 31,17 milhões de barris por dia em Dezembro. Para os investidores conta, mais que o acordo no sentido de limitar a oferta, a determinação dos subscritores em cumprilo.
Ora, até ao início de Fevereiro verificara-se um cumprimento de 82%, que supera confortavelmente os 60% iniciais alcançados quando o corte anterior foi implementado em 2009. As contas são fáceis de fazer, tendo em conta os níveis de produção que servem, para a maioria dos países envolvidos no acordo, de termo de comparação com a redução na respectiva produção a que se comprometeram. os de Outubro, para a maioria dos países. Conclui-se que os membros da Opep cortaram a produção em 958 mil barris por dia dos 1,164 milhão de barris prometidos, um cumprimento de 82 %.
Petrolíferas optimistas
A subida sustentada do preço do barril este ano trouxe algum entusiasmo aos grandes operadores, com, por exemplo, o presidente da Shell, Bem van Beurden, a declarar esta Sexta-feira que o pior da crise petrolífera já passou. É que, pela primeira vez, desde que o preço do barril começou a afundar, a petrolífera não teve de recorrer a dívida, já que gerou fluxos de caixa suficientes para ocorrer aos custos operacionais e a remuneração dos accionistas. Para além do progresso dos cortes na produção acordados pela OPEP e outros 11 países produtores, com reflexo positivo na evolução do preço do barril de crude, há mais razões de optimismo.
Uma delas tem a ver com a evolução da procura. Na segunda quinzena de Janeiro a Agência Internacional de Energia (AIE), habitualmente associada aos interesses dos países consumidores, considerou no seu relatório mensal sobre o mercado petrolífero, que embora fosse cedo para avaliar o grau de execução do acordo da OPEP e outros 11 países produtores para retirar à oferta perto de 1,8 milhões de barris diariamente, a procura este ano será maior que antecipara em Dezembro.
Isto porque o último trimestre de 2016 a procura atingiu 97,3 milhões de barris por dia, mais 300 mil barris que o estimado um mês antes, devido a um aumento do consumo na Europa, Rússia e Ásia. A AIE acrescentou assim 100 mil barris às suas estimativas de há um mês para a evolução da procura este ano, antecipando que o mercado deverá absorver 97,8 milhões de barris por dia.
A incerteza quanto à evolução do mercado, que poderá estabilizar nos 60 dólares por barril, fica agora muito ligada aos efeitos da nova política do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre o comércio internacional, sobre a situação no Médio Oriente e mesmo da posição específica da administração norte-americana para o mercado petrolífero. Que sinal constituirá a nomeação de Rex Tillerson, actual presidente da Exxon Mobil para Secretário de Estado?
Receita caiu mais Kz 90 mil milhões em 2016
A receita petrolífera total diminuiu, em 2016, Kz 93 mil milhões de kwanzas em relação ao ano anterior. Tal ficou-se a dever à quebra no preço do barril de exportação, de um ano para o outro, em mais de 11 dólares, não tendo o volume de exportação ajudado, dado que ficou abaixo, não só de 2015, ano em que foram expedidos 654 milhões de barris, como da própria previsão formulada no Orçamento Geral do Estado revisto já nos finais do ano. Aliás, quanto ao preço médio do barril exportado não há divergência sensível entre o valor inscrito no OGE e o apurado pelo Ministério das Finanças para efeitos de tributação.
A receita da concessionária decaiu no último ano, face ao anterior, mais de 76 mil milhões de kwanzas. Também a receita da concessionária ficou abaixo da estimativa orçamental, que apontava para cerca de 968 mil milhões de kwanzas, tendo- se situado, afinal, em 842 mil milhões de kwanzas Para este ano o OGE projecta um preço médio de referência para o barril de petróleo bastante moderado (46 dólares), tudo indicando que o valor será superado com bastante margem.
Fonte:Angonoticias
Reditado para:Noticias do Stop 2017
