Angola deixará de importar fertilizantes? Na província do Zaire, está em construção uma grande fábrica. Governo espera impulsar agricultura. Engenheiro agrónomo diz que é preciso mais para a autossuficiência alimentar.
Os responsáveis pelo Complexo de Fertilizantes do Soyo dizem que este será o primeiro passo rumo à autossuficiência alimentar em Angola.
O ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás destaca que este é um projeto a pensar no futuro: "Produzir fertilizantes em Angola é uma questão de soberania e de segurança alimentar. Não devemos subestimar a nossa capacidade e foco de fazer e de lutar pela nossa autossuficiência", diz Diamantino Azevedo.
Com esta fábrica, Angola deixaria de ter de importar grande parte dos fertilizantes que precisa, a avaliar pelas projeções oficiais. Os responsáveis preveem uma capacidade de produção anual de 3,8 milhões de toneladas de fertilizantes enquanto, atualmente, Angola precisa apenas de 800 mil toneladas por ano.
A produção deverá arrancar em 2027.
Fertilizantes para os agricultores locais
Agostinho Kapaia, presidente do conselho de administração da OPAIA, uma das empresas que detém o Complexo de Fertilizantes do Soyo, garante que o fornecimento às comunidades agrícolas angolanas está assegurado.
20% do financiamento global do projeto foi garantido pelo Governo angolano, para poder abastecer o mercado interno: "Estamos a falar de cerca de 300 mil toneladas que vão ficar para o mercado angolano", explicou o responsável.
São números que entusiasmam o engenheiro agrónomo Santos Quizembe. O especialista acredita que a produção local de fertilizantes pode ajudar a reduzir os preços.
"Para os nossos agricultores, será um passo importante para poderem aumentar a produção e a produtividade, principalmente na agricultura familiar", afirma Quizembe.
É preciso mais
O engenheiro agrónomo alerta, no entanto, que só a aposta em fertilizantes não chega. Será necessário investir mais em setores complementares.
"Estamos agora a resolver o problema dos fertilizantes, mas também temos de resolver outros relacionados com o aumento do rendimento", adverte Santos Quizembe.
Seria necessário investir mais "na assistência técnica, um aspeto fundamental; sementes de qualidade são outro aspeto fundamental, além dos meios de produção. É uma cadeia."
O Banco Africano de Exportação e Importação "Afreximbank" financia o Complexo de Fertilizantes do Soyo com 1,2 mil milhões de euros.
Fonte:da Redação e da DW
Reeditado para:Noticias do Stop 2024
Outras fontes • AFP, AP, TASS, EBS
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