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Domingo, nov.

Angola: Escasseiam produtos agrícolas em várias províncias

Economia
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Não há quem não reclame sobre a escassez de produtos do campo em muitas províncias de Angola. Em Malanje, os consumidores já sentem as consequências das produções devastadas pela chuva, com os preços a disparar.


Em Malanje, mais de 100 mil camponeses filiados em cooperativas e outros individuais estão devastados com as perdas das suas produções, na sequência das chuvas que assolaram o país na segunda época de cultivo.

O Gabinete Provincial da Agricultura de Malanje estima que tenham sido perdidas 30 a 40% por cento das culturas, principalmente de arroz, soja e milho.

À DW, camponeses do município de Cacuso, local com maior investimento agrário da província, dizem que o momento é de muito desespero.

"O produto estragou-se na lavra, mesmo as mandiocas não saíram normalmente. Como a chuva foi demasiada, este ano não vamos conseguir trabalhar, porque desabou tudo. Ninguém recolheu nada", queixa-se um deles.

"As chuvas mesmo estragaram tudo, não tiramos nada para poder guardar", lamenta outro agricultor.
Os mercados e pontos de venda de produtos do campo não tardaram a reagir. Em muitas províncias do país, escasseiam os alimentos que proveem do campo.  Muitos receiam uma crise de fome e insegurança alimentar.

A vendedora Guiomar Luís, de 53 anos, vende no mercado municipal do bairro da Catepa, periferia de Malanje. E, tal como outras mães, diz-se aflita com a fraca oferta de produtos.

Aumento dos preços e concorrência desleal
"Dentro de Luanda, onde conseguíamos comprar pelo menos o saco a 25 mil kwanzas, agora o saco de cebola está a 50, 65 mil kwanzas, não estamos a conseguir a fazer nada. Se o governo  não nos apoiar, o povo vai morrer", alerta.

Para além do preços, as vendedoras têm ainda que enfrentar a concorrência desleal das comerciantes provenientes do Congo Democrático, diz.
Em entrevista à DW África, Carlos Chipopa, diretor do Gabinete Provincial da Agricultura em Malanje, confirma o cenário. "A procura é tanta e há muita fome, que toda a gente está à procura do que comer, do que comprar. Mas o que é preciso fazer é obviamente haver algum incremento em termos de fatores de produção", diz.

Carlos Chipopa acrescenta que as dificuldades são maiores noutros pontos dos 14 municípios, onde as vias de acesso são um drama. O problema deverá ser minimizado com a introdução do seguro agrícola e incentivos bancários, acrescenta.

"Continuamos a clamar pelos seguros, por um lado, e por outro lado a acutilância da banca. Isso por si só vai trazer uma mais-valia no fornecimento de fatores de produção ao setor familiar,  além obviamente do que o Ministério da Agricultura vem fazendo", conclui.

 

 

Fonte:da Redação e da DW
Reeditado para:Noticias do Stop 2024
Outras fontes • AFP, AP, TASS, EBS
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