Na capital angolana, segundo o relato do correspondente da DW Nelson Francisco Sul, a notícia "foi recebida com bastante tristeza nos mais diversos setores da sociedade".
"As ruas de Luanda estão mais ou menos agitadas e, obviamente, este é um assunto que vai dominar as conversas por muitos dias. Sobretudo, é um assunto que poderá influenciar os resultados eleitorais a desfavor do MPLA", destacou Nelson Francisco Sul, referindo-se às eleições gerais de 24 de agosto.
Ainda de acordo com o correspondente em Luanda, "muita gente, neste momento, saiu às ruas da capital e noutras províncias, como Malanje, para gritar 'Mataram o Zedu e ninguém vai votar'".
"A interpretação que se faz, ou que alguns fazem, é que José Eduardo Santos viu acelerado o seu problema de saúde em função dos processos judiciais contra os seus filhos", avançou o correspondente.
Cidadãos "incrédulos" com a notícia
Na província mais ao sul de Angola, o Cuando Cubango, a tristeza também abateu a população. Mas muitos cidadãos lembraram de José Eduardo dos Santos como "um líder que terá afundado o país", segundo o relato do correspondente da DW naquela província, Adolfo Guerra.
Ainda de acordo com Guerra, em frente à sede do Governo provincial, a população está a acompanhar as notícias da morte do ex-Presidente angolano.
"Muitos estão a acompanhar incrédulos a partida que consideram prematura de José Eduardo dos Santos. O Governo provincial, por exemplo, hasteou duas bandeiras da República de Angola para homenagear esta figura que lutou, recebeu o país no momento mais difícil, em 1979, e governou por perto de quatro décadas", ressaltou Adolfo Guerra.
"Parte significativa da história de Angola"
Noutro extremo do país, na província nortenha de Cabinda, apesar da tensão entre separatistas da região e o regime de JES, os cabindenses lamentaram hoje a morte do ex-Presidente, de acordo com o relato do correspondente da DW no local, Simão Lelo.
O bispo de Cabinda, Dom Belmiro Chissengueti, de acordo com Lelo, divulgou uma nota em que afirma que José Eduardo dos Santos "é parte significativa da história de Angola" e que teve o mérito de não ter aproveitado a grande oportunidade de democratizar e desenvolver o país, "promovendo o nepotismo e a corrupção, que acabaram por adiar muitos sonhos".
Fonte:da Redação e da dw
Reeditado para:Noticias do Stop 2022
Outras fontes • AFP, AP, TASS, EBS
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