está lá fora".
"Se tivermos em conta as atuais circunstâncias não vemos por que razão a família que está lá fora não [possa] acompanhar o seu ente querido, estamos a contar com a presença de todos sem exceção de ninguém", disse João Lourenço, à saída de uma reunião de emergência do MPLA, partido do poder e do qual José Eduardo dos Santos foi presidente emérito.
Depois da morte do ex-presidente angolano, esta sexta-feira, aos 79 anos, em Barcelona, Espanha, permanece a incerteza quanto ao lugar onde será feito o enterro.
JES não queria enterro em Angola
A advogada que representa Tchizé dos Santos, uma das filhas de José Eduardo dos Santos, afirmou, esta sexta-feira, que o ex-Presidente não queria ser enterrado em Angola, para evitar um aproveitamento político da cerimónia e porque os filhos não podem entrar no país.
"Tchizé e os irmãos querem que se respeite a vontade do pai, que é não ser enterrado em Angola, mas sim em Espanha, porque não quer que o atual Presidente da República utilize o seu enterro com fins políticos", disse Carmen Varela à Lusa acrescentando que, para além disso, um enterro em Angola impossibilitaria o último adeus de vários familiares próximos, já que alguns dos filhos "não podem entrar em Angola e nem sequer têm passaporte angolano".
A advogada Carmen Varela argumenta que "José Eduardo dos Santos já não era diplomata, a sua residência era Barcelona, e os únicos que têm decisão sobre o local do enterro são os filhos, já basta de manipulações políticas".
Questionada sobre se existe algum documento onde essa vontade de José Eduardo dos Santos esteja expressa, a advogada disse que não viu esse documento, mas afirmou que foi entregue no tribunal uma declaração dos filhos onde essa vontade do pai está registada.
Família não vai autorizar enterro
"Nem os ministros nem o Presidente podem passar por cima do desejo da família, a família não vai autorizar nenhum enterro em Angola porque os filhos do primeiro casamento não podem entrar em Angola e querem despedir-se do seu pai de forma livre em Espanha", salientou, concluindo que forçar a trasladação para Luanda seria "uma violação dos direitos humanos da família".
Questionado sobre as acusações das filhas mais velhas do ex-presidente, João Lourenço disse que o foco neste momento é a organização das exéquias e que é obrigação do executivo realizar um funeral de Estado.
"Nenhuma autoridade do país tem competência para impedir que um cidadão angolano que esteja a viver no exterior possa regressar ao seu próprio país, não importa em que circunstância", salientou o chefe do executivo angolano.
"Angola acaba de perder um grande filho", disse JLO
Sobre o seu antecessor na presidência, Lourenço afirmou que "Angola acaba de perder um grande filho (...) que dedicou toda a sua juventude, toda a sua vida para o bem de Angola e dos angolanos".
O chefe de Estado deixou ainda um apelo: "Para que encaremos este momento com a maior serenidade possível e que o povo siga, pela comunicação social, o programa das exéquias até que consigamos realizar o funeral de Estado a que ele tem direito e que é nossa obrigação enquanto executivo organizar".
Dirigindo-se à família, afirmou que "não sofrem sozinhos".
"Estamos solidários neste momento difícil", sublinhou João Lourenço, dizendo que "a dor que a família sente todo o angolano sente".
Fonte:da Redação e da dw
Reeditado para:Noticias do Stop 2022
Outras fontes • AFP, AP, TASS, EBS
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