pesquisadores na quarta-feira.
Os resultados poderiam interessar à agência espacial americana, que planeja enviar pessoas para lugares no espaço profundo, como asteroides ou Marte, por volta do ano 2030 - missões que requerem estadias longas no espaço.
A Nasa já está estudando os efeitos das viagens espaciais de longa duração no corpo humano, e recentemente mandou um de seus astronautas veteranos, Scott Kelly, para uma estadia de 340 dias na Estação Espacial Internacional, uma missão que também incluiu um cosmonauta russo.
"Antes desse estudo, nós não tínhamos muita informação sobre o impacto dos voos espaciais no fígado", disse Karen Jonscher, líder da pesquisa e professora adjunta de anestesiologia na University of Colorado's Anschutz Medical Campus.
"Sabíamos que os astronautas frequentemente regressam com sintomas de diabetes, mas eles costumam desaparecer rapidamente".
Os ratos passaram 13 dias e meio a bordo do ônibus espacial Atlantis em 2011.
De volta à Terra, pesquisadores descobriram que a viagem espacial aparentemente tinha ativado certas células que podem causar cicatrizes e danos nos órgãos a longo prazo.
Especificamente, os ratos mostraram um aumento do armazenamento de gordura no fígado, assim como perda de retinol, uma forma animal de vitamina A.
Eles também apresentaram alterações na capacidade de quebrar as gorduras, e mostraram sinais de doença hepática gordurosa não alcoólica (NAFLD), assim como "potenciais indicadores precoces do início de fibrose, o que pode ser uma das consequências mais progressivas da NAFLD", disse o estudo.
Os investigadores já sabem que o voo espacial pode causar perda de massa óssea e muscular, bem como alterações na visão e nas funções cerebrais de humanos.
Jonscher disse que os sinais de lesão hepática que eles viram nos camundongos normalmente levariam meses ou anos para se desenvolver, associados à ingestão de uma dieta pouco saudável.
"Se um rato mostra sinais de fibrose após 13,5 dias sem mudanças na dieta, o que acontece com os humanos?", perguntou.
Os resultados foram publicados no periódico científico PLOS ONE.
A NASA não respondeu imediatamente a uma solicitação para comentar o estudo.
"Se isso é ou não um problema, é uma questão em aberto", disse Jonscher.
Uma possibilidade é que o estresse do voo espacial, particularmente o sacolejo, barulho e tumulto na decolagem e ao retornar à atmosfera terrestre contribuíram para os danos hepáticos.
Estudos posteriores sobre os tecidos de ratos que estiveram na Estação Espacial Internacional por meses poderiam esclarecer se a microgravidade desempenha ou não um papel na lesão hepática.
"Precisamos observar ratos que tenham passado por viagens espaciais mais longas para saber se eles desenvolvem mecanismos compensatórios para protegê-los de danos sérios", disse Jonscher.
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