A informação consta de um relatório recente da OMS, sobre a propagação da epidemia de febre-amarela de Angola onde surgiu em Dezembro de 2015 , a outros países africanos, como a República Democrática do Congo(RDCongo) e o Uganda.
A gestão das reservas mundiais de vacinas contra a febreamarela, cólera e meningite, para situações de emergência, é assegurada pelo Internacional Coordinating Group (ICG), criado por organizações internacionais, incluindo a OMS e a Unicef, em 1997.
"A resposta ao surto de Angola esgotou as reservas globais de seis milhões de doses de vacina contra a febre-amarela, duas vezes este ano. Isso nunca aconteceu antes. No passado, o ICG nunca usou mais de quatro milhões de doses para controlar um surto num país", admite a OMS.
A organização recorda que até meados de Junho, já quase 18 milhões de doses da vacina contra a febre-amarela tinha sido distribuídas para campanhas de emergência em Angola, RDCongo (2,2 milhões) e Uganda (700 mil).
Segundo a OMS, a vacina contra a febre-amarela "leva muito tempo a produzir", à volta de 12 meses, sendo "difícil prever com antecedência as quantidades que serão necessárias a cada ano para responder aos surtos".
Acrescenta que os quatro maiores laboratórios mundiais de produção da vacina contra a febre-amarela estão a "trabalhar sem parar" para retomar os níveis de reservas, que no início de Junho estavam de novo nos 6,2 milhões de doses.
"Mas isso pode não ser suficiente, se surgirem surtos simultâneos em outras áreas densamente povoadas", alerta aquela organização das Nações Unidas.
Metade da população vacinada
As autoridades de saúde angolanas vacinaram perto de metade da população contra a febre-amarela em quatro meses, tentando desta forma travar a propagação da doença, que desde 5 de Dezembro já provocou 345 mortos no país e infecto quase 3.200 pessoas.
A informação consta de um relatório anterior da OMS, segundo o qual 10.641.209 pessoas foram vacinadas no país contra a doença, até 10 de Junho.
"Quase metade do país foi vacinado e Angola recebeu 11.635.800 vacinas. Foram feitas campanhas de vacinação em massa em todos os municípios de Luanda, em sete distritos de Benguela, em cinco distritos de Kwanza Sul, cinco municípios do Huambo, três distritos de Huíla e dois do Uíge", lê no documento.
Estas campanhas recorrem ao apoio dos militares e contam com ajuda financeira da comunidade internacional para a aquisição de vacinas, tendo arrancado em Luanda, foco da epidemia, nos primeiros dias de Fevereiro.
O ministro da Saúde de Angola, Luís Gomes Sambo, anunciou a 23 de Maio, em Genebra, querer vacinar cerca de 24 milhões de pessoas, ou seja "toda a população alvo" da actual epidemia de febre-amarela, mas admitiu que não havia no mercado vacinas suficientes.
Fonte:Angonoticias
Reditado por: Africa Stop 2016