As conclusões desta investigação são importantes porque entre 6 e 10% das mulheres grávidas tomam antidepressivos, destacam os pesquisadores que analisaram as histórias clínicas de 145.456 mulheres grávidas na província de Québec.
"As diversas causas do autismo continuam sendo incertas, mas alguns estudos demonstraram que o genético e o ambiental podem ser factores de risco", explica a professora Anick Bérard, da Universidade de Montreal e do Centro Hospitalar Universitário Sainte-Justine, principal responsável do estudo.
"A nossa investigação permitiu estabelecer que o facto de tomar antidepressivos, sobretudo aqueles que actuam sobre a serotonina, um neurotransmissor, durante o segundo e o terceiro trimestre de gravidez, quase duplica o risco de autismo entre as crianças", agregou.
Bérard e sua equipa fizeram o acompanhamento de 145.456 crianças desde a sua concepção até os dez anos de idade, assim como do consumo de antidepressivos pelas suas mães durante a gravidez. Também contemplaram outro conjunto de factores que poderiam contribuir para o autismo.
Algumas pessoas com antecedentes familiares têm uma pré-disposição genética para essa doença.
A idade da mãe e a depressão também podem estar relacionadas com o surgimento do autismo, assim como alguns factores socioeconómicos, como a pobreza.
Na pesquisa 1.054 crianças foram diagnosticadas com autismo a uma idade média de 4,5 anos, ou seja 0,72% da mostra estudada.
A incidência do autismo entre as crianças aumentou: passou de 4 em cada 10.000 crianças em 1966 para 100 em cada 10.000 crianças actualmente. (STOP-Yahoo News)
