Os relatos são de assassinatos por esquartejamento, sequestros de mulheres e crianças, saques e destruição. São algumas das ações insurgentes que voltaram a ser o pão de cada dia em Cabo Delgado, cerca de seis meses após o começo da pujante intervenção militar ruandesa e da Missão Militar da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral em Moçambique (SAMIM).
O académico Elísio Macamo lembra que "houve uma altura em que dava para dizer que o Ruanda estava a ter bons resultados em Cabo Delgado, e até certo ponto esses resultados são melhores do que os resultados que as nossas forças de Defesa e Segurança tiveram ao longo de quatro anos".
Mas hoje nascem dúvidas sobre o "brilho" de tais forças, no entender de Macamo: "Neste momento não sabemos como está a situação lá. Já há notícias a dar conta de insurgentes nas províncias vizinhas. Neste momento devemos ter cuidado em relação à forma como avaliamos a presença do Ruanda naquela região e conflito."
"A insurgência está bem organizada"
A insegurança volta a repelir a população de locais recentemente recuperados pelas forças conjuntas, sinalizando um recuo nas suas conquistas. Ao mesmo tempo, notícias recentes indicam baixas entre os insurgentes, inclusive entre a sua liderança, bem como a apreensão do seu material bélico. Entretanto, a especialista em contra-terrorismo Jasmine Opperman alerta para as valências dos atacantes.
"A insurgência está bem organizada, tem a sua própria estrutura e estão a apostar mais numa estratégia holística. Estamos para além da fase em que os assassinos andam de um lado para o outro a criar só confusão. Eles fixaram objetivos claros. Um deles é um sério sentimento anti-Governo", argumenta.
Institucionalização do EI em Cabo Delgado
Além da tardia resposta musculada dos insurgentes, paira sobre Moçambique o risco de ver o apoio militar externo ser amputado paulatinamente - é que os membros da SADC andam de bolsos vazios. Por exemplo, de acordo com a plataforma de pesquisa Cabo Ligado, o Lesoto fez saber na última semana que poderá retirar as suas tropas da SAMIM antes do fim da missão, em março. Alega que não tem dinheiro para continuar a pagar os subsídios, nem para a comida dos soldados.
O Lesoto é o quarto maior contribuinte da SAMIM, com 11% dos soldados, para além de disponibilizar cinco aeronaves para operações.
A plataforma Cabo Ligado entende que a retirada do país da missão teria um impacto significativo para o distrito de Nangade, onde atuam ao lado das forças moçambicanas e tanzanianas.
É neste contexto de medição de forças que o perigo se enraíza no norte de Moçambique, lembra Opperman: "O Estado Islâmico [EI] vai além do oportunismo. Estamos a assistir à sua institucionalização em Cabo Delgado. É um perigo ignorar isso. Acho que é tempo das contra-forças, SAMIM, Ruanda e Moçambique, se sentarem e constatarem a ameaça que enfrentam, não só para Moçambique, mas também para a região."
Por exemplo, o ataque a Meluco, a 28 de janeiro, foi reivindicado pelo Estado Islâmico.
Fonte:da Redação e da dw
Reeditado para:Noticias do Stop 2022
Outras fontes • AFP, AP, TASS, EBS
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