Jorge ferrão sublinhou que Moçambique não está em condições de comemorar o Dia internacional de Consciencialização Sobre o Albinismo devido aos ataques que estes sofrem.
Ferrão falava em Maputo, durante a cerimónia das celebrações do Dia Internacional de Consciencialização Sobre o Albinismo, que teve lugar no seu gabinete, onde recebeu 20 crianças albinas.
“Esta data devia servir para celebrarmos a fraternidade e o convívio entre irmãos da mesma raça, do mesmo sangue, e da mesma família. Porém, teremos que usar a oportunidade para continuar a apelar contra a brutalidade que ainda afecta os nossos irmãos albinos. Não temos motivos para celebrar”, disse Ferrão.
A data resulta de uma recomendação do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), em Genebra, com o objectivo de chamar a atenção a sociedade para a necessidade de protecção às pessoas portadoras de albinismo.
O ministro disse ser inconcebíveis que, em pleno século 21, ainda existam cidadãos moçambicanos que caçam homens, como se de animais se tratassem.
“Hoje até me custa articular as palavras, os pensamentos e as emoções. Nunca, ao longo de décadas, nos encontramos tão impotentes para travar esta sanha assassina. Irmãos que, movidos por instintos macabros e pela mais completa desinformação, olham para corpos de cidadãos portadores de albinismo como mercadoria”, lamentou.
Segundo o ministro, nos últimos anos, é comum assistir a situações em que cidadãos matam e traficam seus familiares e conhecidos portadores de albinismo.
“Imagino que todos os moçambicanos de bom senso estejam também tristes, cabisbaixos, envergonhados, humilhados de tanta barbárie”, disse Ferrão, acrescentando que “ nesta onda, esquartejamos nossos irmãos, muitas vezes ainda vivos, porque até se acredita que quanto mais grita e se contorce de dores, mais eficaz será o seu membro.”
“Nos últimos anos fomos lendo e escutando pela rádio várias matérias sobre selvajaria que se cometia contra os albinos. A Tanzânia, país vizinho, alberga a maior população de albinos no mundo. Por alguma razão, estes começaram a ser caçados e seus membros amputados”, lamentou.
Em Moçambique estima-se que existam 20 mil albinos, dos quais 17 mil crianças, adolescentes e jovens.
Fonte:Rm.co.mz
Reditado por: Stop Noticias 2016