A proposta do governo liberal conta com o apoio de seus três aliados de centro-direita e do Partido Social-Democrata, principal força opositora, que somam quase três quartos da Câmara.
A reforma da Lei de Estrangeiros, que inclui 30 medidas, esteve rodeada de controvérsia desde sua apresentação em novembro, o que obrigou o governo a mudar duas vezes a legislação sobre confiscos, uma prática já empregada na Suíça e os estados federados alemães da Baviera e de Baden-Württemberg.
A proposta final exclui objetos "de valor afetivo especial" e triplica em até 10 mil coroas dinamarquesas (quase R$ 6 mil) o valor mínimo de outros pertences e de dinheiro que podem ser confiscados.
O Instituto para os Direitos Humanos, a Anistia Internacional e associações de advogados denunciaram o endurecimento ao reagrupamento familiar, que poderia violar as convenções europeias, "risco" admitido pela ministra de Integração dinamarquesa, Inger Stojberg.
Ela defendeu que mudar as regras é um método para reduzir o fluxo migratório também usado por outros países e ontem reiterou essa posição em um debate - do qual também participou o titular das Relações Exteriores dinamarquês, Kristian Jensen - na Comissão de Liberdades Civis, Justiça e Interior do Parlamento Europeu (PE).
"Queremos recorrer às mesmas normas impostas aos cidadãos dinamarqueses que têm uma dívida com o Estado ou com uma pessoa privada", argumentou a ministra.
A Comissão Europeia (CE) afirmou que o confisco de bens dos solicitantes "só é compatível" com a legislação internacional se for "proporcional e necessário", e ressaltou que a Dinamarca tem a obrigação de cumprir, embora mantenha uma exceção à política comunitária em assuntos de Justiça e Interior.
A Dinamarca, que no início do ano implantou controles provisórios nas fronteiras, recebeu 21 mil solicitantes de asilo em 2015.
Fornecido por: Da EFE 2016 ( STOP)