Sánchez assinou hoje com o líder liberal, Albert Rivera, um acordo para unir as 40 cadeiras dos Ciudadanos às 90 do PSOE e tentar que o líder socialista seja eleito presidente na sessão parlamentar da próxima semana.
O porta-voz de Podemos, Íñigo Errejón, anunciou no Congresso que o pacto PSOE-Ciudadanos frustra a oportunidade de impulsionar um governo de mudança diferente do atual do Partido Popular (PP, centro-direita).
O pacto de socialistas e liberais prevê mais de 200 iniciativas, como modificar a Constituição em alguns pontos, uma reforma tributária e laboral e promover o funcionamento federal da organização territorial da Espanha.
Além disso, contempla a revisão do sistema eleitoral e a modificação do Senado para transformá-lo em um órgão estritamente territorial, além de reduzir o número de senadores.
Segundo explicou Errejón à imprensa, esse pacto é incompatível com as ideias do Podemos, por isso que seus representantes não irão hoje às reuniões com os socialistas.
O PSOE e Podemos abriram uma mesa de diálogo na segunda-feira passada para tentar um acordo destinado à escolha de Sánchez como chefe do Executivo, mas após o pacto socialista com Ciudadanos, esse diálogo foi suspenso.
As eleições legislativas de 20 de dezembro deram ao PP 123 cadeiras, seguido do PSOE (90), Podemos (69) e Ciudadanos (40), na frente de pequenos partidos.
Por isso, após o acordo entre socialistas e liberais, a única possibilidade do líder socialista ser chefe do Governo passa pelo respaldo de Podemos, dado que o PP rejeita desde o primeiro dia essa possibilidade.
Íñigo Errejón se mostrou "decepcionado" com um acordo que, segundo sua opinião, não é nem "progressista e nem reformista" e que além disso "vai fazer as vontades dos setores privilegiados".
O pacto do PSOE e Ciudadanos não só não muda as políticas do PP mas em alguns casos, as aprofunda com a "terceira reforma laboral" encoberta que contém o pacto, acrescentou o porta-voz de Podemos.
No entanto, Errejón disse que a mão segue estendida aos socialistas se modificarem sua atitude porque desde a primeira votação de posse, em 2 de março, terão ainda dois meses de prazo para a escolha de um chefe do Executivo antes da convocação de novos pleito.
Fornecido por: EFE 2016 ( STOP )