vertiginosa.
Recorde-se que em Julho, a instituição liderada pela francesa Christine Lagarde tinha decidido subir as suas taxas de juro em 50 pontos-base, com efeitos a partir de 27 de Julho. Este foi o primeiro aumento em 11 anos.
A decisão caiu nesta quinta-feira, 8 de Setembro. Com a inflação acima de 9% e o receio de novos disparos nos preços do gás natural e no petróleo, o conselho do Banco Central Europeu decidiu aumentar novamente as taxas de juro.
O BCE reviu também as suas projecções para uma inflação mais elevada situada em 8,1% em 2022; em 5,5% em 2023; e em 2,3% em 2024.
De notar ainda que há uma previsão de uma estagnação da economia nos próximos meses.
Em entrevista à RFI, Luís Campos e Cunha, Professor catedrático da Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa, mostrou-se céptico quanto a esta decisão e afirmou que o BCE reagiu tarde demais, pelo que esse aumento devia ter ocorrido há um ano.
“Um pouco exagerado, uma sobre-reacção. Evidentemente a taxa de inflação subiu bastante, mas tem sido no último ano e meio, basicamente, fenómenos que têm a ver com o lado da oferta e não com o lado da procura. Ora o BCE só comanda a procura agregada, não comanda a oferta. E, portanto, a subida do preço do petróleo, e pondo as coisas em termos simples, não se combate subindo as taxas de juro. Ou melhor, se isso se fizer, nós vamos conseguir é uma recessão. Eu sei que as previsões do BCE continuam em termos de crescimento ainda positivas, claramente positivas, para este ano e para os dois próximos anos, mas eu vejo com alguma dificuldade, se as taxas de juro continuarem a subir, que não haja uma recessão na Zona Euro provocada por estas subidas de taxas de juro”, afirmou o Professor catedrático.
Para Luís Campos e Cunha, esse aumento devia ter sido feito há um ano atrás: “Eu penso que estamos a sofrer um bocadinho as consequências do Banco Central Europeu não ter reagido aqui há ano e meia atrás. As taxas de juro estavam baixas, anormalmente baixas, historicamente baixas. O Banco Central Europeu há um ano e meio que devia ter subido as taxas. E, portanto, provavelmente muito deste efeito da subida de taxas tem a ver com erros do passado, e não tanto com a subida de preços actual, que é como digo, para o lado dos custos das empresas”, concluiu.
Fonte:da Redação e da rfi
Reeditado para:Noticias do Stop 2022
Outras fontes • AFP, AP, TASS, EBS
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