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Quinta, dez.
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Odebrecht : empresa protegia dados sobre propinas

Era na Safe Host, na Suíça, que a empreiteira mantinha os servidores que armazenavam dados de repasses de dinheiro para políticos e campanhas

América do Sul
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pagamentos de propinas no Brasil e no mundo.

Era na sede da empresa Safe Host, na periferia industrial de Genebra, na Suíça, que a empreiteira mantinha os servidores que armazenavam dados de repasses de dinheiro de propinas destinados a políticos e campanhas eleitorais - no Brasil e no exterior.

Os servidores foram confiscados pela polícia no bairro de Plan-les-Ouates em março de 2016, depois que o ex-funcionário da Odebrecht Fernando Miggliaccio foi preso na cidade tentando fechar contas e retirar pertences de um cofre de um banco em Genebra. Migliaccio teve a prisão decretada na Operação Acarajé, 23.ª fase da Lava Jato, investigado por suspeita de ser o controlador de empresas offshores ligadas à Odebrecht.

Em depoimento ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), no âmbito da ação que apura suposto abuso de poder econômico e político pela chapa Dilma Rousseff-Michel Temer em 2014, Migliaccio disse ter mantido, nos servidores confiscados na Suíça, dados sobre pagamentos para a campanha da chapa. 

Os servidores estavam em espaço de 5 mil metros quadrados da Safe Host, empresa especializada em proteger dados informáticos de 140 multinacionais, bancos e organismos internacionais. O prédio de seis andares fica numa rua calma, perto da fronteira com a França.

 

Segurança

 

Em seu site, a empresa contratada para guardar os dados da maior empreiteira do País informa que "a entrada ao centro de dados apenas é autorizada quando solicitado pelo cliente e com a identidade provada". Além do monitoramento permanente por meio de câmeras de segurança, o local mantém uma subestação de energia que alimenta os servidores de forma constante. Há, ainda seis geradores, controle de temperatura e pressão e uma rede de fibra ótica própria.

Relatórios do Departamento de Justiça dos EUA mostram que a Odebrecht distribuiu propinas no total US$ 788 milhões em 12 países da América do Sul, América Central e África - pelo menos US$ 600 milhões passaram por contas na Suíça, de acordo com as investigações.

O conteúdo dos servidores ainda não é totalmente conhecido. Os códigos de acesso não foram revelados pela Odebrecht. Com a ajuda de técnicos, os suíços conseguiram acessar cerca de um terço dos dados. Para conseguir decodificar as informações restantes, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, recorreu ao FBI. A resposta do órgão de investigação dos Estados Unidos, porém, não foi animadora: o trabalho levaria 103 anos, dada a sofisticação do sistema de proteção.

 

 

 

Fonte:Do Estado Conteúdo

Reditado para:Noticias do Stop 2017

Fotografias:Getty Images/Reuters/EFE/AFP

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