Obtido a custo nesta quarta-feira, o acordo eleitoral entre os socialistas e a formação de Mélenchon que obteve 22% dos votos nas presidenciais, foi objecto de intensos debates de mais de quatro horas ontem entre os cerca de 300 delegados do Conselho Nacional do Partido Socialista. O texto acabou por ser validado por 62% dos votantes, com 167 votos favoráveis, 101 contra e 24 abstenções.
Desta feita, o Partido Socialista passa a integrar a aliança que congrega a ‘França Insubmissa’, o Partido Comunista e os ambientalistas da ‘Europa, Ecologia, os Verdes’ denominada ‘Nova União Popular Ecológica e Social’ cuja ambição é impor uma maioria de esquerda nas legislativas dos dias 12 e 19 de Junho, face ao projecto centrista-liberal de Emmanuel Macron que acaba de ser reeleito para um segundo mandato como Presidente da República.
Nos termos do acordo que o partido de Mélenchon estabeleceu com os seus parceiros, os verdes poderão concorrer em cerca de 100 círculos eleitorais, os comunistas em cerca de 50 e os socialistas em 70, um número aquém das expectativas destes últimos que esperavam obter a possibilidade de se candidatarem em 100 círculos.
Outro ponto de fricção, o posicionamento da França Insubmissa que não é 100% alinhada com as opções políticas da União Europeia, um aspecto que causa mal-estar entre alguns ‘elefantes’ do Partido Socialista.
Entre as vozes críticas, figuram o antigo Presidente François Hollande, ou ainda os seus antigos Primeiros-ministros, Jean-Marc Ayrault e Bernard Cazeneuve, este último tendo aliás colocado em prática a sua ameaça de deixar o partido.
Depois de ter alternado com os conservadores a chefia do poder em França durante as últimas décadas, o Partido Socialista tem estado a atravessar uma grave crise desde 2017 e a chegada de Macron na chefia do Estado. Nesse ano, os socialistas, partido histórico da França, obtiveram 6,36% dos votos, marcando uma marginalização substancial na paisagem política do país.
Este ano, a tendência agravou-se com apenas 1,7% dos votos a favor dos socialistas nas últimas presidenciais, o que coloca até a própria sobrevivência do partido em questão.
Ontem ao saudar a decisão de integrar a aliança com Mélenchon, o primeiro secretário dos socialistas considerou que o voto efectuado pelo Conselho Nacional foi «um momento de clarificação» em que «o voto disse a que espaço político pertencem», ou seja «à esquerda» e não com Emmanuel Macron, sublinhou Olivier Faure.
Fonte:da Redação e da rfi
Reeditado para:Noticias do Stop 2022
Outras fontes • AFP, AP, TASS, EBS
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