Desde 26 de janeiro, Organização Mundial da Saúde (OMS) contabiliza mais de oito centenas de mortes na RDC, e denuncia sobrecarga das morgues no país com a escalada da violência.
Mais de 800 pessoas morreram e 3.082 ficaram feridas em 31 instalações de saúde na cidade de Goma, no leste da República Democrática do Congo, desde 26 de janeiro, anunciou hoje (07.02) a Organização Mundial da Saúde (OMS).
"Os hospitais e as morgues estão sobrecarregados. O recente surto de violência no leste da RDC provocou uma perda significativa de vidas, traumatismos, deslocações e a destruição de infraestruturas sanitárias essenciais, agravando uma situação já de si terrível para milhões de pessoas", segundo o comunicado da organização.
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A OMS alerta que a situação no leste da RDCongo é tensa, volátil e as necessidades sanitárias são imensas.Foto: TONY KARUMBA/AFP via Getty Images
Situação tensa
A situação é tensa e volátil nesta região da RDC, país que faz fronteira com Angola, e as necessidades sanitárias são imensas, "com a alarmante expansão da violência para sul, foram registados 65 feridos em três hospitais do Kivu do Sul", diz a organização.
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A OMS afirma também prever que o número de mortos, 843 atualmente, aumente ainda mais à medida que mais pessoas feridas consigam chegar às instalações de saúde e mais cadáveres sejam recolhidos das ruas.
As infeções de feridas são um risco para as pessoas que não conseguem chegar rapidamente às instalações de cuidados de saúde, mas estas estão a ficar sem materiais médicos, lamentou.
"O cancro, a diabetes, a hipertensão, a saúde mental e outros serviços de rotina são igualmente afetados, uma vez que os medicamentos se esgotaram e os profissionais de saúde estão ausentes ou sobrecarregados", salientou.
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"Mas existem ainda os riscos acrescidos de surtos de outras doenças tais como a cólera (cujo surto está ativo na vizinha Angola), a malária, o sarampo, a meningite, o monkeypox (doença endémica neste país) e a tuberculose", acrescentou.
Na última quarta-feira, a OMS e os seus parceiros puderam retomar a vacinação contra o monkeypox em Goma, após uma pausa de dez dias, segundo a OMS.
Além disso, o abastecimento de água em Goma foi interrompido e só foi parcialmente retomado, levando as pessoas a utilizar água do lago e aumentando o risco de propagação da cólera. "Entre 01 e 27 de janeiro, foram notificados cerca de 600 casos suspeitos de cólera e 14 mortes no Kivu do Norte", indicam.
Outra questão é a fome. Uma em cada quatro pessoas na região já estava a enfrentar níveis de fome de emergência, prevendo-se que a recente violência venha a agravar a situação.
"A OMS permanece no terreno e tem continuado a responder às necessidades sanitárias, fornecendo material médico que salva vidas, apoiando os profissionais de saúde e coordenando a resposta de emergência", mas a reabertura do aeroporto de Goma é fundamental para a entrada de mais ajuda humanitária, embora se esteja a explorar a entrega por outras vias, disse.
O documento da organização também aponta que a recente decisão dos Estados Unidos de congelar a ajuda externa está a ter um impacto significativo nos esforços de socorro na RDC.
"No ano passado, os EUA contribuíram com cerca de 70% da resposta humanitária do país, sendo que a OMS estima a necessidade em 50 milhões de dólares (cerca de 48 milhões de euros)", alertam.
Fonte:da Redação e da dw
Reeditado para:Noticias do Stop 2025
Outras fontes • AFP, AP, TASS, EBS
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