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Maputo: Médicos saem à rua para dizer "basta" ao Governo

Política
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Ao fim praticamente um mês em greve e sem respostas às reivindicações, quase 200 médicos moçambicanos saíram este sábado às ruas de Maputo numa caminhada em que assumiram que "quem cuida também precisa de ser cuidado".

Os médicos moçambicanos que convocaram a greve, com a observância dos serviços mínimos nas unidades de saúde, protestam sobretudo contra cortes salariais, no âmbito da aplicação da nova tabela salarial da função pública, e falta de

pagamento de horas extraordinárias.

Com cânticos, danças, apupos e vaias ao Executivo de Filipe Nyusi, os médicos percorreram as ruas de Maputo para exigir direitos que, como dizem, o Governo lhes retirou.

Sem intervenção da polícia, a classe médica teve inclusive apoio de alguns populares que nas varandas das suas residências, nas ruas e nos estabelecimentos comerciais aplaudiram os profissionais.

Com roupa branca que os identifica, os médicos exibiam dísticos com dizeres como: "não confiamos no nosso ministro", "basta, Tiago fora", "ontem heróis da covid, hoje são quaisquer", entre outras mensagens.

A greve dos médicos, que começou em 10 de julho, foi prorrogada por mais 21 dias há uma semana.

Durante a manifestação deste sábado (05.08), o Bastonário da Ordem dos Médicos, Gilberto Manhiça, informou que durante os encontros para ultrapassar o braço de ferro entre a classe e o Governo, "notou-se um ambiente inapropriado para que prevalecesse a confiança e respeito entre os intervenientes".

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Médicos moçambicanos dizem na rua que "quem cuida também precisa ser cuidado"Foto: Romeu da Sílva/DW
"Se [o Governo] estivesse a se aproximar, eu diria que sim. Agora, uma das questões que nós poderíamos colocar é como é que alguém que está interessado, ou a entidade está interessada, e não se aproxima. A outra é que durante os múltiplos encontros que nós tivemos, muito se notou um ambiente inapropriado, inapropriado, para que o respeito entre os diferentes intervenientes prevalecesse e a confiança também se restabelecesse", criticou.

Para o bastonário Gilberto Manhiça, é a própria "qualidade da assistência que se oferece à população" que tem "sido cada vez mais comprometedora" e que também justifica a contestação, agora na rua.

"Infelizmente, nós estamos a assistir cada vez mais à degradação da qualidade que nós estamos obrigados a oferecer aos nossos pacientes. Claro que também entre estes propósitos encontram-se as condições que são criadas para que o próprio médico possa exercer o seu trabalho, para que os médicos, de uma forma condigna, possam exercer a sua profissão", defendeu o bastonário.

"Mesmo agora, que estão a fazer-se serviços mínimos, a maior parte das pessoas que estão a participar nelas encontram-se completamente exaustas. Portanto, há necessidade que isto pare", admitiu Gilberto Manhiça, embora defendendo que é preciso que o Governo crie condições para o diálogo.

Mais 21 dias de greve por falta de diálogo

O vice-presidente da Associação Médica de Moçambique (AMM), Napoleão Viola, afirma que o Governo está claramente a distanciar-se da classe, tendo afirmado que que tem faltado o diálogo com o Governo.

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"É uma caminhada pela dignificação da classe médica", disse um dos médicos.Foto: Romeu da Sílva/DW
Viola acrescenta que o principal nó de estrangulamento neste momento é o Ministro da Saúde que não revelou capaz de promover diálogo para resolver os problemas dos médicos.

O Governo moçambicano disse que os médicos que faltarem ao trabalho devido à greve em curso vão ser responsabilizados, anunciando a contratação de novos profissionais.

A Sociedade Civil também marchou em apoio aos médicos e o diretor executivo do Centro para a Democracia e Desenvolvimento (CDD), Adriano Nuvunga, descreveu a luta dos médicos como "de todos os moçambicanos".

Nuvunga referiu que "o direito a saúde é um direito constitucional e esse direito só se realiza se os médicos tiverem condições para trabalhar".

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Adriano NuvungaFoto: Romeu da Sílva/DW
A ativista Quitéria Guirengane criticou o Governo por não encontrar formas de resolver os problemas dos médicos: "o Governo está a reduzir aqueles que cuidam do nosso maior valor chamando-os de um punhado, de ilustres desconhecidos."

A ativista acrescenta que o governo não está a respeitar os médicos porque "se o nosso maior valor está nas mãos de um punhado de ilustres desconhecidos é uma completa falta de respeito."

A AMM, que convocou a greve em curso e a caminhada desta manhã, refere que cederam em alguns pontos do caderno reivindicativo, como no caso da redução do subsídio de exclusividade, que passou de 40 para 5%, do subsídio de risco de 30 para 5%, e do subsídio de turno, que caiu de 30% para 5%.

A aplicação da nova tabela salarial na função pública é outras das críticas e está a ser alvo de forte contestação por parte de várias classes profissionais, com destaque para os médicos, juízes e professores.

 

 

 


Fonte:da Redação e da DW
Reeditado para:Noticias do Stop 2023
Outras fontes • AFP, AP, TASS, EBS
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