É uma conquista notável para os Scorpions depois de chegarem ao Afcon pela primeira vez sob o comando de Saintfiet, o técnico de 48 anos cujo currículo o revela ser um verdadeiro viajante do mundo.
Ele passou por sete seleções africanas diferentes, bem como pelo Iêmen, Trinidad e Tobago e Malta, sem mencionar o time sub-17 do Catar e uma passagem pelas Ilhas Faroé.
"Eu realmente não gosto da palavra globetrotter. Eu viajei ao redor do mundo para ser treinador em vez de trabalhar como treinador apenas para viajar pelo mundo", disse ele à AFP.
Saintfiet começou a treinar aos 24 anos com uma equipe da liga inferior na Bélgica, tendo desistido de jogar depois de romper os ligamentos cruzados do joelho nada menos que seis vezes.
Metade de sua vida foi gasta indo de um país para outro.
"Tive muitas aventuras, mas a melhor história é esta, no Afcon com a Gâmbia. Estou muito satisfeito e orgulhoso da minha equipe", diz ele.
O pequeno país às margens do rio Gâmbia é cercado – com exceção de uma pequena costa atlântica – pelo Senegal, a melhor seleção do continente.
'AS PESSOAS ACHAVAM QUE EU ERA LOUCO'
A Gâmbia, por sua vez, nunca havia participado do torneio antes.
Eles venceram apenas uma vez nas eliminatórias para as finais de 2019, mas a expansão da Copa das Nações para 24 equipes ajudou, juntamente com a influência de Saintfiet.
"Quando cheguei em julho de 2018, a Gâmbia não vencia uma qualificação há cinco anos, desde que venceu a Tanzânia por 2 a 0 em setembro de 2013", lembra.
"Não havia esperança, o time estava em 172º no ranking da Fifa. Eu disse que tinha vindo para classificar a Gâmbia e as pessoas acharam que eu estava louco.
"Eu viajei pela Europa, às minhas custas, para convencer jogadores com dupla nacionalidade a nos representar.
"Sei que nossa federação tem recursos limitados, então posso ficar em casa ou posso investir meu próprio investimento em minha equipe. O dinheiro nunca foi minha motivação."
Seu primeiro jogo foi contra a Argélia em setembro de 2018, quando os Scorpions empataram em 1 a 1 diante de uma multidão barulhenta.
"Havia 45 mil pessoas no Estádio Independência, mas a capacidade é de apenas 25 mil.
"Havia torcedores pendurados nos postes dos holofotes, subindo no placar, em todos os lugares. O jogo atrasou uma hora e meia e empatamos Riyad Mahrez e todos esses grandes jogadores."
Eles ficaram aquém naquela campanha de qualificação, mas o time de Saintfiet se classificou para esta edição em Camarões ao liderar um grupo com Gabão, República Democrática do Congo e Angola.
Ele tem um elenco composto em grande parte por jogadores baseados na Europa, alguns dos quais nasceram lá, incluindo Ibou Touray, do Liverpool, e Saidy Janko, da Suíça.
Depois, há estrelas como o ala Ablie Jallow, autor de dois gols soberbos na fase de grupos, e Musa Barrow, do Bolonha, na Série A.
Mas Saintfiet teve que moldá-los juntos em uma equipe de sucesso.
"Mudei a estratégia, a disciplina, dentro e fora de campo, e tenho o apoio de uma federação muito boa", diz.
"Minha ambição é ir à Copa do Mundo, mas sou realista e sei que não vou treinar times como Bélgica, França ou Argentina".
Isso pode não acontecer, mas se sua equipe levar a melhor sobre a Guiné, uma das quartas de final dos sonhos contra os anfitriões Camarões é uma possibilidade.
Fonte:da Redação e da supersport
Reeditado para:Noticias do Stop 2022
Outras fontes • AFP, AP, TASS, EBS
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