A descoberta foi feita enquanto os cientistas faziam escavações perto do rio Bolshoi Kemtchug, na região de Krasnoiarsk (a mais de 2.000 quilômetros de Moscou), em busca de restos mortais de mamíferos do período Mesozoico.
Além de vertebrados do início do Cretáceo, os paleontólogos encontraram um dente de 2 mm de comprimento que pertenceu a um animal desconhecido de um grupo dos multituberculados (chamados assim devido aos vários tubérculos em seus dentes).
Acredita-se que o roedor achado se alimentava de plantas e tenha vivido entre os dinossauros durante os períodos Jurássico e Cretáceo.
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Segundo os pesquisadores, o animal pode ter sobrevivido a dinossauros carnívoros pois era muito prolífico e tinha hábitos noturnos, como os roedores modernos. Além disso, suas patas traseiras traziam esporas venenosas para proteção contra predadores.
O mamífero recebeu o nome Baidabatyr (“baida” vem da palavra “baidarka”, o termo russo “caiaque”), porque o local da escavação só podia ser alcançado por caiaque. Já “Batyr”, derivado de “Bogatyr”, é um personagem do folclore russo que geralmente se traduz como “cavaleiro” ou “guerreiro”.
Evolução na Sibéria
Embora Baidabatyr se pareça com roedores modernos, não se trata de um antepassado direto de hamsters ou ratos. Todos os representantes dos multituberculados morreram no período Paleogeno, há cerca de 20 a 25 milhões de anos. Estima-se que o dono do dente encontrado tenha desaparecido da face da Terra no início do período Cretáceo.
“Os multituberculados foram totalmente extintos, hoje não existem grupos de mamíferos modernos que descendam deles”, explica Stepan Ivantsov, pesquisador do Laboratório da Universidade de Tomsk que participou da pesquisa.
Restos mortais de multituberculados já haviam sido encontrados na América do Norte e na sia, mas essa foi a primeira vez que foram descobertos na Sibéria.
“A descoberta é de grande importância e confirma que multituberculados viveram no sudeste da Sibéria Ocidental”, diz Ivantsov.
Os cientistas esperam que o achado esclareça aspectos da evolução na região, onde mamíferos e anfíbios se mantiveram praticamente inalterados por milhões de anos.
O dente de Baidabatyr foi armazenado na coleção científica da Universidade de Tomsk. “Se encontrarmos outros restos de multituberculados na Sibéria, continuaremos a estudar esse grupo de animais antigos”, conclui Ivantsov.
Fonte:Da Redação, da Gazeta Russa
Reditado para:Noticias do Stop 2017
tesFotografias:Getty Images/Reuters/EFE/AFP