Níger: Junta militar acusa França de libertar terroristas

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A junta militar acusou a França de levar a cabo "um plano para desestabilizar" o país através da libertação "unilateral" de 16 terroristas que já tinham sido detidos em três operações antiterroristas, noticiou a Efe.

Em comunicado lido pelo coronel Amadou Abdramane, porta-voz da junta militar agrupada no Conselho Nacional de Salvaguarda da Pátria (CNSP), considerou que o objetivo da libertação visa que os terroristas "ataquem as posições” militares na região de Tillaberi, no sudoeste do Níger, sendo que a palavra "terroristas" se refere a fundamentalistas islâmicos.

No mesmo comunicado, o CNSP refere que, após a libertação, estes elementos participaram numa "reunião de planificação" de um ataque "contra posições militares na zona da tríplice fronteira" entre o Níger, o Burkina Faso e o Mali, no oeste do Níger.

Sem estabelecer qualquer ligação direta com esta "libertação" de prisioneiros extremistas, anunciou no mesmo comunicado que "a posição da guarda nacional de Boukou", na zona da tríplice fronteira, "foi alvo de um ataque”, cujo resultado "ainda não foi estabelecido".
"Plano de desestabilização" do Níger

"Estamos a assistir a um verdadeiro plano de desestabilização do nosso país", afirma o CNSP, com o objetivo de o "desacreditar" e "criar uma fratura com as pessoas que o apoiam, e criar um sentimento de insegurança generalizada".

O CNSP pede às Forças de Defesa e Segurança (FDS) que "elevem o nível de alerta em todo o país" e "à população que se mantenha mobilizada e vigilante", de acordo com a agência France-Presse.

Fonte governamental citada pela agência francesa negou as acusações do regime militar do Níger de que a França teria violado o espaço aéreo do país e "libertado terroristas".

"O voo desta manhã [quarta-feira] foi autorizado e coordenado com o exército do Níger", segundo a fonte, que acrescentou também que "nenhum terrorista foi libertado pelas forças francesas".

Estas acusações contra a antiga potência colonial da região, particularmente visada desde o golpe de Estado de 26 de julho, surgem em vésperas de uma cimeira da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) na Nigéria.

Esta organização ameaçou com uma intervenção militar os militares que tomaram o poder em Niamey, capital do Níger, que acusam a CEDEAO de estar "a soldo" da França.

As forças francesas, estacionadas no país, são também acusadas de ter violado o encerramento do espaço aéreo nigerino, em vigor desde domingo.

Segundo a junta militar, as "forças francesas descolaram" de N'Djamena, no Chade, na quarta-feira, "um avião militar" às "06:01 locais", que “não estabeleceu contacto com o controlo aéreo à entrada do espaço aéreo do Níger, das 06:39 às 11:15 locais".

 

Fonte:da Redação e da DW
Reeditado para:Noticias do Stop 2023
Outras fontes • AFP, AP, TASS, EBS
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