"Há a tentativa de amordaçar aquilo que conquistámos em democracia"

Guiné-Bissau
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O líder partidário começou por referir que ainda existem muitas dúvidas sobre o que aconteceu realmente no passado dia 1 de Fevereiro deste ano no palácio do governo.

"Sobre essa questão só os que lá estiveram e os que têm vindo a ser envolvidos em muitas questões, só eles é que podem, de facto, dizer o que é que se passou na realidade. Para nós, as dúvidas persistem e pensamos que há uma necessidade de maior clarificação e esclarecimentos. Não sabemos se foi uma intentona, se terá sido uma 'inventona'", começou por defender Agnelo Regalla.

O líder do partido União para a Mudança falou depois das pessoas que perderam a vida durante esta alegada tentativa de golpe de Estado e lamentou o sucedido.

"Aquilo que temos a lamentar é, de facto, a perda de vidas humanas, de pessoas inocentes e jovens", referiu, salientando que existe um registo efectivo de mortos, no entanto, relembrou que o número de óbitos real foi diferente daquele que havia sido avançado inicialmente.

"Das pessoas indicadas como tendo falecido, há duas que já se apresentaram e disseram que estavam vivas. A única certeza que temos é que houve mortos", reiterou o político.

Agnelo Regalla solicitou ainda a realização de um inquérito "independente, sério, exaustivo e concludente" , envolvendo "a sociedade civil guineense e a comunidade internacional".

Ouça aqui parte do discurso de Agnelo Regalla:


Agnelo Regalla opinião sobre intentona Guiné-Bissau 06-02-2022
Este sábado, 5 de Fevereiro, recorde-se, o executivo guineense pronunciou-se sobre o suposto golpe de Estado e apontou para o envolvimento de rebeldes da Casamança, do Senegal, no ataque ao palácio.

O porta-voz do governo guineense afirmou que existem provas preliminares, mas contundentes que dão conta de que a tentativa de golpe teria apoio de sectores bem colocados na sociedade, nomeadamente, militares e polícias guineenses.

Para Agnelo Regalla, o governo está a tentar condicionar os partidos políticos na Guiné-Bissau, conforme explicou, em entrevista à RFI.

"Com certeza. O objectivo agora é mudar a tese. Aquilo que foi dito pelo Presidente da República eleito e pelo porta-voz do governo, que é ilegítimo para nós é que isto se prendia com gente ligada ao narcotráfico e ao crime organizado", recordou e salientou que esta informação foi dita e repetida pelas entidades governamentais do país e não pelos partidos políticos.

O líder da União para a Mudança reitera que agora começam a surgir novas teorias sobre o que realmente aconteceu no passado dia 1 de Fevereiro, de modo a tentar desviar a atenção para aquilo que realmente terá efectivamente ocorrido.

"Agora começam a surgir novos nomes, novas entidades e, qualquer dia, eventualmente, são capazes de dizer que foram os partidos políticos guineenses que organizaram esta situação", disse, defendendo que existe a necessidade desta situação ser tratada com seriedade para se evitar "a procuras de bodes expiatórios" e o "início do processo de caça às bruxas", que "pode ter consequências extremamente gravosas para a estabilidade no país".

Ouça aqui o excerto da sua alocução:

 


Agnelo Regalla sobre governo e partidos políticos 06-02-2022

Entretanto, o PAIGC, maior partido da oposição da Guiné-Bissau, emitiu um comunicado onde denuncia a "construção de cenários" com o objectivo de transferir responsabilidades do ataque para o partido e, assim, impedir a realização do congresso que deverá realizar-se entre os dias 17 e 20 de Fevereiro.

Agnelo Regalla considera que o PAIGC está a "ajuizar correctamente esta situação", uma vez que de momento, segundo a sua opinião, "começam a surgir outras teorias para tentar descontruir as declarações do Presidente".

O político não entende ainda o motivo pelo qual foi declarado estado de alerta, num momento em que o PAIGC se prepara para realizar um congresso, altura que coincide com o aligeiramento das medidas de combate à Covid-19 em vários outros países.

"Eu penso que o PAIGC tomou as devidas medidas para conseguir realizar o seu congresso, em conformidade com os seus estatutos e com a vontade dos seus militantes", rematou.

Ouça a opinião de Agnelo Regalla:


Agnelo Regalla fala sobre comunicado PAIGC 06-02-2022
Questionado sobre se o regime democrático está em perigo na Guiné-Bissau, Agnelo Regalla foi peremptório: "Não há regime democrático".

"Este regime foi constituído da forma como foi constituído com o apoio da CEDEAO, que quis divir a maçã em dois, ou seja, dar a presidência a alguém que interessava ao Senegal e dar o governo a quem ganhou efectivamente as eleições legislativas, que foi o PAIGC", salientou.

Por fim, Agnelo Regalla teceu duras críticas ao Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló: "Não podemos falar de regime democrático com um Presidente que pretende ter o poder isolado e que viola sistematicamente a Constituição da República e as leis e que se permite fazer o que bem entender".

"Não há para nós um regime democrático ou melhor há a tentativa de amordaçar aquilo que conseguimos conquistar em democracia", rematou.


Agnelo Regalla fala sobre situação política Guiné-Bissau 06-02-2022
Recorde-se que nos últimos dias a Guiné-Bissau tem vivido dias bastante confusos após um alegado ataque ao palácio do governo, um episódio que Umaro Sissoco Embaló classificou como uma tentativa de golpe de Estado, mas que suscita ainda bastantes dúvidas a outros quadrantes da sociedade.

 

 

Fonte:da Redação e da rfi
Reeditado para:Noticias do Stop 2022
Outras fontes • AFP, AP, TASS, EBS
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