Bancos estão a cortar seguro de saúde a colaboradores «polígamos»

Bancos estão a cortar seguro de saúde a colaboradores «polígamos»

Angola
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Nacional dos Empregados Bancários de Angola (SNEBA), Sebastião Mendes.
De acordo com o responsável da entidade que controla mais de metade de todos os trabalhadores bancários do país, os conselhos de administração dos bancos justificam a medida com a actual situação económica e financeira e “altos custos” com a assistência com saúde, mas insiste que a “poligamia em África não é estranha” aos gestores bancários, por ter origem nos “nossos ancestrais”.
“Temos hábitos e costumes diferentes dos europeus. Somos africanos e, por norma, temos uma sociedade que é polígama. Vamos, assim, admitir”, acentuou o responsável sindical.
Ao VALOR, Sebastião Mendes conta que, para os colaboradores, os bancos assistem, com saúde, em até quatro membros do agregado familiar, incluindo o trabalhador, o que, na visão do SNEBA, coloca de parte integrantes da família, para o caso de o bancário ser responsável de um agregado com duas famílias ou membros de uma só que ultrapassem quatro.
“A nível das administrações dos bancos, no que tange à assistência medico-medicamentosa, para os funcionários, definiu-se um número reduzido [de quatro membros] por atender. Isso torna-se uma exclusão. E tem havido, por parte dos nossos associados, uma certa reclamação”, queixam os bancários, pela voz de Sebastião Mendes, sem mencionar nomes de bancos.
O sindicalista dá exemplo de colaboradores que tenham duas famílias, que, no total, ascendam a um número de membros que ultrapasse quatro, número que indicou como limite de assistidos para os bancos. “Isso [a poligamia], na nossa sociedade, não é um caso estranho, porque vem dos nossos ancestrais.

E no caso de só ter direito a assistência medicamentosa para três membros, pela empresa, como seria?”, questiona o sindicato.

SNEBA ajuda com parcerias

Para quem não puder alargar as ajudas com o seguro de saúde para todo o agregado familiar, pelo excesso de número de membros, o sindicato faz saber que tem estudado “caminhos alternativos”, que devem incluir, entre outros, clínicas, hotéis, restaurantes e bares.
“Estamos a criar condições no sentido de reforçar aquilo que existe a nível das administrações de outros bancos, na prestação de serviços de saúde, e complementar os nossos trabalhadores”, assegurou Sebastião Mendes, também quadro do Banco de Poupança e Crédito, que justifica a estratégia com a “exclusão” de que são alvosmembros de agregados familiares de vários trabalhadores e associados do SNEBA.
As preocupações são recolhidas de vários bancos e encaminhadas às entidades com as quais trabalha o SNEBA, nomeadamente o Banco Nacional de Angola (BNA) e os bancos comerciais, estes com os quais também estuda a possibilidade de superação das queixas e necessidades dos funcionários bancários.
“É nesse capítulo que pedimos sensibilidade às nossas administrações.E, por força dessa situação, o sindicato vê-se na obrigação de criar situações [recursos] complementares para dar corpo e cobrir essas necessidades dos nossos associados”, sublinha o gestor, que defende a posição dos bancos na redução do apoio com saúde pelos “altos custos” com o serviço.

Salário é “intermédio”

Outra ‘luta’ do SNEBA pela “satisfação do interesse dos associados” tem que ver com a melhoria salarial. O objectivo passa por ‘forçar’ actualizações salariais trimestrais, em função do Índice de Preço ao Consumidor (IPC) e da taxa de câmbio, com vista a manter o poder de compra dos trabalhadores bancários.
Em termos salariais, “o sector bancário, à semelhança de outros sectores, não tem tanta particularidade como se pensa. Também vivemos os mesmos constrangimentos que a sociedade apresenta face à difícil situação de crise que temos. E, ainda hoje, na declaração que fizemos chegar aos presentes [associados], falávamos na necessidade de haver um reajustamento trimestral. Ou melhor, uma actualização trimestral da taxa de câmbio, por forma a podermos manter o poder de compra dos trabalhadores bancários”, adianta Sebastião Mendes, para quem a remuneração do sector “não é a pior, nem a melhor, mas intermédia”.
Com mais de oito mil associados, o SNEBA é uma associação de classe composta pelos trabalhadores que exercem a sua actividade profissional em instituições bancárias e de crédito no país, com presença nas 18 províncias.

 


Fonte:da Redação e Por angonoticias.com
Reditado para:Noticias do Stop 2017

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