Entre Janeiro e Junho, as concessionárias membro da ACETRO venderam 4.097 viaturas, equivalente a 86% do total das vendas de todo o ano passado, em que foram vendidos um total de 4.742 viaturas novas. A associação que conta agora com apenas 24 empresas, das quarenta que existiam em 2021, representa diferentes marcas e construtores tradicionais de automóveis como a Toyota, Suzuki, Hyundai, Renault, Nissan, Land Rover, Volvo.
Face ao crescimento da economia e estabilização do kwanza verificado no ano passado, projectaram um 2023 muito optimista, mas a recente forte desvalorização do Kwanza matou as perspectivas de um mercado que estava em recuperação.
Ainda assim, os indicadores estão muito longe das vendas de 2014, quando a ACETRO vendeu mais de 44 mil viaturas. Embora tenha sido o ano do início da crise em Angola, o verdadeiro impacto só foi sentido em 2015, quando os dados registados apontaram que naquele ano apenas foram vendidos 20.584 carros novos.
O histórico indica que com o agravamento da crise financeira e económica o mercado automóvel foi um dos sectores mais afectados e, olhando para os números da ACETRO, em 2016 venderam-se 9.178, 4.298 em 2017, 3.141 em 2018, 3.073 em 2019 e 2.406 em 2020. Entre 2021 e 2023, os operadores acreditaram sempre no aquecimento do mercado tendo em conta os indicadores macro-económicos e o certo é que os números até foram crescendo, ainda que paulatinamente.
"Quando a economia aquece, todos os indicadores aquecem", sublinha uma fonte, indicando ainda que o mercado automóvel não foge à regra porque uma economia estável permite que os consumidores tenham opções e invistam no seu bem-estar. Para já é difícil, no curto prazo, prever o comportamento do mercado automóvel, embora em Agosto tenha havido uma ligeira estabilidade do Kwanza.
Só que o facto de a taxa de câmbio média do dólar ser hoje de 825 Kz, faz com que as viaturas estejam hoje a preços proibitivas para a maioria da população, já que apesar da subida dos preços de praticamente tudo (inflação em alta novamente) os salários mantém-se inalterados. Há, por isso, uma clara perda de poder de compra por parte das famílias e também das empresas.
Limitações financeiras
Com a crescente falta de liquidez, as famílias estão a correr à compra de carros chineses vendidos a preços mais baixos em relação aos construtores mais tradicionais de origem ocidental e de outras paragens asiáticas como o Japão ou a Coreia do Sul.
O peso das marcas chinesas nos últimos anos no País tem sido de tal ordem que três marcas já se pode dizer que são preferência dos angolanos, nomeadamente a Gelly, a Cherry e a Jetour. Só para se ter uma ideia, a Kinlai, empresa que vende a marca DongFeng, de origem chinesa, nos primeiros seis meses do ano vendeu 193 unidades em todas as categorias, ou seja, ligeiros e pesados.
Quanto aos concessionários e distribuidores de marcas tradicionais de veículos novos em Angola reconhecem que há cada vez mais carros chineses no mercado, mas alertam para a reduzida qualidade e a falta de equipamentos sobressalentes.
Fonte:da Redação e da angonoticias
Reeditado para:Noticias do Stop 2023
Outras fontes • AFP, AP, TASS, EBS
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