Sociedade civil angolana interpõe ação popular contra imprensa pública

Angola
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, Rádio Nacional de Angola (RNA), Jornal de Angola e TV Zimbo.

Numa carta dirigida ao juiz conselheiro e presidente do Tribunal Supremo, Joel Leonardo, os subscritores assinalam a violação do dever de isenção, já que nem todos os intervenientes têm a mesma oportunidade de se pronunciarem sobre os factos, mediante contraditório e abordam a necessidade de produção imparcial da informação.

O que não tem acontecido, sobretudo no caso dos órgãos de comunicação social públicos, que têm demonstrado "de forma inequívoca e assustadora" a violação de todos os princípios consagrados na Constituição, sustentam.

Entre os subscritores estão nomes como o ativista e músico luso-angolano Luaty Beirão, os escritores José Eduardo Agualusa e José Luís Mendonça, o médico Luís Bernardino, o jornalista Carlos Rosado de Carvalho, os reverendos Júlio Candeeiro e Ntoni a Nzinga, o padre Jacinto Pio Wacussanga, a socióloga Cesaltina Abreu e o ator Orlando Sérgio.

"Favorecimento injustificado"

"Assiste-se, com ensurdecedor silêncio, a um favorecimento injustificado, descomunal e inconstitucional de determinados atores políticos em detrimento dos outros atores, em flagrante prejuízo e desvirtuamento da comunidade angolana que se vê privada de desfrutar de um bem público essencial", criticam.

A comunicação social pública e intervencionada "transformou-se num sepulcro das normas de ética e deontologia próprias da profissão jornalística", descreve o documento, salientando que os meios de comunicação, "converteram-se num instrumento de propaganda política e partidária do partido de Governo, optando por um itinerário totalmente oposto ao exigido quer pela Constituição, quer pela Lei de Imprensa".

Esta "atuação desequilibrada" traduz-se num "enorme prejuízo para a população", devido à "desinformação desenfreada" e prejudicial à consolidação de um Estado democrático de direito.

Os subscritores lamentam "a degradação acelerada dos poderes basilares da República e da Democracia" e falam de "censura aos meios de comunicação públicos, realçando que a atuação destes se destaca pela negativa", por conceder maior tempo de antena a uma das partes e por segregar e excluir a oposição democrática.

Uma postura clara de parcialidade, que se insere numa linha editorial "antidemocrática e discriminatoria", lê-se na carta, que avança também com exemplos.

Destaca nomeadamente a realização de comícios presididos pelo presidente do MPLA e presidente de Angola, João Lourenço, que contaram com a cobertura integral do principal canal de televisão público (TPA).

 

 

 

Fonte:da Redação e da angonoticias
Reeditado para:Noticias do Stop 2022
Outras fontes • AFP, AP, TASS, EBS
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