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Sábado, nov.
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O informal e por vezes ilegal negócio da intermediação continua rentável

Angola
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São os conhecidos intermediários (vulgo "mixeiros", termo pelo qual não gostam de ser tratados) e que são responsáveis por facilitar a venda ou compra de produtos em qualquer parte do País, e nalguns casos no estrangeiro, a troco de uma percentagem, que, nalguns casos, chega a quantias muito altas, consoante o valor do produto transaccionado. Há vários anos que os angolanos recorrem à ajuda destes profissionais para vender, comprar ou arrendar casas, carros, tratar de documentos pessoais ou fazer outros negócios, que, muitas vezes, são concretizados à margem das regras.

O Expansão esteve durante a tarde de segunda-feira, 26, em alguns pontos nevrálgicos de concentração de intermediários, conhecidos como placas (à semelhança das paragens de táxi), para conhecer os meandros deste negócio, que também sofre os impactos da crise financeira e das restrições impostas pela pandemia da Covid-19. Para eles, não há limites geográficos. Actuam através de esquemas à margem da lei, numa batalha em que o formal se sujeita ao informal e o legal ao ilegal, pois esses esquemas, na maior parte das vezes, são feitos em colaboração e conivência com as instituições legais, cujos agentes e funcionários também lucram com esta intermediação. É um negócio que serve tudo e todos.

Intermediação imobiliária

De todos os negócios praticados por estes "profissionais" o mais comum e o mais rentável é a mediação na venda, compra ou até mesmo aluguer de imóveis. No caso de compra ou venda de uma casa, a comissão ganha é de 10%, que pode ser repartido por vários intermediários caso o "mediador" que receba a proposta não tenha a casa na dimensão ou condições exigidas pelo cliente, pelo que solicita aos outros intermediários que o ajudem a encontrar o imóvel.

Já no caso do arrendamento, a comissão é equivalente a um mês de renda. Num dos pontos da Vila Alice encontramos mais de 10 homens com idades compreendidas entre os 30 e os 60 anos. Quase todos estão na actividade há mais de 5 anos e connosco partilharam a sua experiência sobre o negócio. Esta é uma das activida[1]des realizadas quase exclusivamente por homens, por ser muito arriscado e perigoso para as mulheres, como explicaram. Ernesto (nome fictício) trabalha nesta actividade há 10 anos. Com mais de 40 anos, é dono de uma correctora legalizada e com escritório montado, mas todos os dias desloca-se a uma das ruas centrais da Vila Alice para angariar clientes.

A justificação é que os clientes já não procuram as correctoras e preferem fazer negócio com os informais. "Neste momento, se quiser, eu consigo encontrar casa para a senhora em toda a parte do País e se quiser também consigo em Portugal. Eu sou dono de uma empresa, mas venho para a rua, muitas vezes, porque não tem sido fácil encontrar clientes, eles praticamente já não nos procuram. Estão mais habituados à informalidade e nós temos de fazer os possíveis para fazer negócio. Tenho amigos donos de outras correctoras que consultam e até trabalham com os intermediários informais, porque eles acabam tendo mais informações", explicou.

 

 

 

Fonte:da Redação e da angonoticias
Reeditado para:Noticias do Stop 2022
Outras fontes • AFP, AP, TASS, EBS
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