A crise na Ucrânia representa uma ameaça para os importadores de cereais angolanos, sendo que parte da farinha de trigo consumida no país vem do estrangeiro, segundo a Associação das Indústrias de Panificação e Pastelarias de Angola.
Gilberto Simão, presidente deste órgão, reconhece que a ofensiva militar russa já começou a limitar a importação de trigo e a pressionar o mercado.
O líder associativo vê na guerra uma oportunidade para as autoridades angolanas apostarem na produção nacional, para reduzirem o peso da importação de cereais.
Gilberto Simão lembra que, nos anos anteriores, 40% da farinha de trigo era produzida em Angola, todavia, o conflito ucraniano é uma oportunidade para o governo reaver a produção, dada a conjuntura mundial.
“Há países como a Rússia e a Ucrânia, que estão em guerra, que produzem cereais, já estão a limitar e alguns a proibir a exportação de cereais. Agora, é preciso vontade política para apostarmos na produção nacional. No tempo colonial, 40% da farinha de trigo era produzido em Angola, então, temos aí uma oportunidade para nós reavermos a nossa produção de trigo”, lembrou o presidente da Associação das Indústrias de Panificação e Pastelarias de Angola, Gilberto Simão.
A AIPPA, Associação das Indústrias Panificação e Pastelarias de Angola, diz que o país tem quatro moageiras, mas, para a organização, nada garante que as moagens têm reservas que possam cobrir o território nacional em tempo de crise.
A seu ver, o executivo deve criar condições para os produtores nacionais, proporcionando crédito, apoio e protecção, para começar a substituir a importação até 40%, pois que já há países na Europa a proibir a exportação de cereais.
“Estou a dizer-lhe que afecta e muito. Então, se nós importamos 100% destes produtos temos aqui uma oportunidade soberana para começar a substituir a importação, pelo menos, em 30 ou 40% deste produto”, concluiu o líder da Associação das Indústrias de Panificação e Pastelarias de Angola.
A Rússia e a Ucrânia, juntas, são responsáveis pelas exportações de 30% da oferta de cereais no mundo.
Fonte:da Redação e da rfi
Reeditado para:Noticias do Stop 2022
Outras fontes • AFP, AP, TASS, EBS
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