O Sindicato dos Professores do Ensino Superior (SINPES) exigem nomeadamente melhores salários, seguro de saúde, fundos para a investigação científica, a eleição de gestores das universidades e a melhoria das infraestruturas de instituições de ensino.
Apesar das negociações em curso, os professores e a entidade patronal não conseguem alcançar um acordo, um mês após do início da greve.
Devido ao protesto, os estudantes estão privados das aulas há um mês, uma situação que consideram ser constrangedora.
Neste sábado (05.02), sob convocatória do Movimento dos Estudantes Angolanos (MEA), os universitários das instituições do ensino superior juntaram-se ao protesto dos seus professores.
Os formandos apelam ao Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação a atender as reivindicações dos docentes.
"Muitos de nós estamos no fim dos cursos, isso é o quarto ano. Todos os que estão nas universidades públicas temem pela não conclusão do ano letivo, porque a greve já dura um mês", disse o estudante da Universidade Católica de Angola que se identificou por João Mário.
Solidariedade
O Formando em Ensino de História pelo Instituto Superior de Ciências de Educação (ISCED), Donito Carlos afirma que os professores vivem momentos difíceis, e apela à solidariedade da sociedade para com os grevistas.
"Todo o angolano que passou na escola e mesmo os que não passaram, sabem que todos os quadros que estão no país e os que estão noutras partes do mundo, passaram nas mãos de um professores”, lembra o estudante acrescentando que "a nossa sociedade não pode ficar alheia a esta luta. Por isso, é que enquanto estudantes cá estamos a fazer valer o grito dos nossos professores", conclui Donito Carlos.
Durante a marcha, uma das palavras de ordem foi a "liberdade nas academias". Márcio da Silva, estudante de medicina diz que a greve dos professores é legítima.
O estudante lamenta que: "Infelizmente, vivemos num país em que as academias foram politizadas. Todas as reivindicações feitas neste país são legitimas. E as reivindicações dos nossos professores não fogem à regra”.
Estudantes prometem voltar às ruas
A próxima marcha está marcada para os próximos 15 dias. Para além dos problemas que afetam os professores, os estudantes ainda debatem-se com a questão dos altos preços das propinas nas escolas angolanas.
O presidente do Movimento dos Estudantes Angolanos, Francisco Teixeira acusou a imprensa estatal de boicotar a marcha deste sábado (06.02), ao noticiar a desmarcação da manifestação sem ouvir os organizadores.
"Estamos tristes com os órgãos públicos pela manipulação recorrente dos factos. A TPA e TV Zimbo noticiaram repetidas vezes que não haveria manifestação”, informou Teixeira.
Aquele líder estudantil, acredita que, "se não fosse o boicote teríamos mais gente aqui na manifestação. De qualquer forma, estamos satisfeitos com número estudantes que aderiram à marcha mesmo com os boicotes", disse.
Segundo Francisco Teixeira, muitos dos participantes da marcha deste sábado, estiveram pela primeira vez numa manifestação.
"Anteriormente os que participavam mais nas nossas manifestações eram os ativistas. Hoje estamos satisfeitos porque tivemos mais estudantes. Isso mostra que os estudantes têm acompanhado o nosso trabalho", disse o presidente do MEA.
Marcha sem violência policial
A marcha decorreu sem violência policial como as anteriores realizadas em Luanda, e o MEA elogia a "postura republicana" da Policia Nacional de Angola.
"A polícia comportou-se tal como diz a lei. Os efetivos tiveram um comportamento republicano, estamos satisfeitos com esta postura, não houve nenhum incidente, reportou Francisco Teixeira.
O Presidente do MEA, espera por isso, que "os estudantes que têm medo de agressões participem nas próxima marchas".
Teixeira lamenta, no entanto, as intimidações contra professores e estudantes que criticam as instituições de ensino em Angola.
Fonte:da Redação e da dw
Reeditado para:Noticias do Stop 2022
Outras fontes • AFP, AP, TASS, EBS
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