Bengo.
"Nós, que estamos aqui desde as quatro horas com bebé, não entramos, vamos só ficar mesmo já aí", dizia, exaltada, uma das cidadãs que tentou vacinar-se, esta quinta-feira (14.10), naquela que seria a véspera da entrada em vigor da nova medida de combate à pandemia imposta pelo Governo: a vacinação obrigatória para acesso a instituições e serviços.
Poucas horas depois, o prazo seria alargado até ao dia 1 de novembro "dando assim possibilidade a que os cidadãos continuem a vacinar, por forma a intensificar-se o processo de vacinação e criar-se as condições para a maior imunização dos cidadãos residentes e cidadãos nacionais", segundo Francisco Furtado, coordenador da comissão multissetorial de combate à Covid-19.
O também ministro de Estado e chefe da Casa de Segurança do Presidente da República, disse que foi alterado o Decreto Presidencial 241/21, de 30 de setembro, que atualizou as medidas de prevenção e controlo da propagação do vírus SARS-COV-2 e da Covid-19, bem como as regras de funcionamento dos serviços públicos e privados, dos equipamentos sociais e outras atividades, durante a vigência da atuação da situação de Calamidade Pública.
Enchentes e empurrões
A partir de 1 de novembro, os maiores de 18 anos passarão a ter de apresentar um certificado de vacinação contra a Covid-19 para aceder a vários locais, incluindo serviços públicos, escolas, restaurantes e para atividades desportivas. Em alternativa, os cidadãos podem apresentar um teste negativo, válido apenas por uma semana.
Desde o anúncio desta exigência - que inicialmente seria imposta a partir desta sexta-feira (15.10) - os postos de vacinação do país têm registado enchentes, com filas intermináveis durante todo o dia.
Manuel André, de 35 anos, diz que teve de madrugar para ocupar os primeiros lugares e denuncia irregularidades na organização: "Estão a ir buscar o primo, que está em casa a dormir, e eu estou aqui desde as 4 horas, nem comi nada. Aquele que está em casa sentado estão a lhe ligar, estão a fazer entrar, isso está bom? Não está nada bom."
Maria João, estudante de 25 anos, entende que o Governo está sem capacidade de resposta, uma vez que "o trabalho está muito lento" e pede reforço do pessoal: "Queria que aumentassem o número de enfermeiros para o trabalho ser mais dinâmico."
"Medida drástica"
O funcionário público António João conseguiu apanhar a primeira dose de vacinação contra a Covid-19. Questionado sobre as razões que o levaram a dirigir-se a um dos postos de vacinação apenas nesta altura, justifica com "a algumas coisas que foram acontecendo na vida" que não permitiram apanhar a primeira dose "há muito tempo". "Só hoje consegui", frisa.
Muitas pessoas também não se vacinaram com medo da vacina, por causa dos muitos rumores e desinformação que ainda circulam. A cidadã Joana Maria desvaloriza: "Não vamos estar muito atentos aos boatos que está a se ouvir de que a vacina traz doença e mata".
"Todos esperam para o fim, por ter implementado a medida drástica por parte da Presidência da República que é a exibição do certificado", diz a diretora provincial interina da Saúde, Nsimba Lando, justificando assim as enchentes dos últimos dias nos centros de vacinação.
A província do Bengo recebeu, recentemente, mais 20 mil doses da vacina contra a Covid-19. Desde o início da campanha, mais de 50 mil pessoas foram vacinadas nesta circunscrição do território angolano. Mesmo depois da nova medida entrar em vigor, muitos adultos continuarão sem vacina: a província tem mais de 380 mil habitantes.
Fonte:da Redação e da dw
Reeditado para:Noticias do Stop 2022
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