Em entrevista, a propósito do assunto, o director-geral do INP (o único especializado nesse ramo em Angola), Alegria Joaquim, fez saber que “esta proeza eleva a instituição à vanguarda do desenvolvimento da indústria petrolífera e mineira no país”.
Com esta certificação e uma capacitação de cinco dias de engenheiros do sector, explicou, a instituição está apta a realizar perfuração e exploração do crude.
“Estamos habilitados, desde Dezembro de 2020, a emitir certificados de poços, com uma validade de dois anos renováveis, pela International Well Control Forum (IWCF) do Reino Unido e pela International Association Drilling Contractores (IADC), dos EUA, com a monitorização destas organizações”, sustentou a fonte.
Alegria Joaquim considerou, entretanto, um grande ganho para o país, e em particular para o Instituto Nacional de Petróleos, visto que com esta conquista, deixa de encaminhar os técnicos para o Dubai e Canadá, para serem formados.
O INP está apostado na formação de três dos seus quadros, até o primeiro trimestre de 2022, com vista a dar suporte à capacitação dos técnicos para a certificação de poços, no âmbito do Plano de Requalificação e Aperfeiçoamento Técnico-Profissional.
Neste domínio, destacam-se os simuladores de perfuração estática e móvel, antes existentes apenas na Nigéria, bem como um outro de produção, elevando para cinco o número de equipamentos de última geração, que servem de prática para os alunos na instituição.
De acordo com a mesma fonte, o INP conta igualmente com um simulador de controlo e processo primário da indústria petrolífera que canaliza o petróleo extraído e separa-o dos elementos que constam no crude (gás, óleo, água e impurezas).
O director-geral do INP explicou que este processo ajuda a quantificar o que há na realidade no poço e quanto o país pode produzir.
Esclareceu que o petróleo tratado por este simulador de produção e processamento primário é armazenado, depois levado às refinarias onde se retiram os seus derivados.
Fez saber que, fruto dos investimentos do Executivo, hoje o Instituto pode orgulhar-se por possuir mais um equipamento, isto é, Simulador de Produção para o Controlo de Produção Geral, assim como dois laboratórios de perfuração e controlo de poços estático e móvel.
“Podemos nos gabar que, com esses meios, somos sem dúvidas a vanguarda da indústria petrolífera e mineira em Angola”, declarou.
Segundo o interlocutor, dadas as exigências do mercado, em termos de padrão de qualidade, iniciou-se, em 2015, a implementação do sistema de gestão de qualidade que culminou com a certificação da norma ISO 2001/2015.
Por outro lado anunciou, que em virtude de uma solicitação da PETRO FOUND Namíbia, a sua instituição vai formar técnicos deste país vizinho, em diversas áreas. Os mesmos vêm a Angola ainda este ano.
“Temos igualmente criadas condições para a formação de quadros do sector petrolífero e mineiro, para os estados membros da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), em especial para estudantes de Moçambique”, considerou.
A nível da SADC, o Instituto Nacional de Petróleos já formou 109 técnicos e outros 11 profissionais dos PALOP – Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa, entre 1981 e 2011.
De acordo com o responsável, a escola possui um centro tecnológico, considerado “Subunidade de Formação”, com grandes valências, um investimento comparticipado de USD 800 mil, da TOTAL.
“Podemos formar em simultâneo 72 estudantes, nas 36 cabines existentes neste centro, nas disciplinas de introdução a mecatrónica, mecânica convencional, caldeirarias e soldaduras”, frisou.
Recordou que referido centro foi criado com o objectivo de corresponder às necessidades de formação nas áreas de electromecânica, automação, instrumentação, serralharia mecânica e soldadura, especialidades indissociáveis da actividade petrolífera.
O INP, situado a 13 quilómetros da cidade do Sumbe, é uma instituição pública de ensino e formação profissional, criada em 1983 por um Decreto Conjunto entre os então ministérios da Educação e dos Petróleos, e que se rege, hoje, pelo Decreto Presidencial 37/15 de 30 de Outubro.
A instituição conta, no presente ano lectivo, com 653 alunos e 82 docentes, nos cursos de Instrumentação Industrial, Manutenção Industrial, Refinação de Petróleo e Processamento de Gás, Geologia de Petróleo, Minas, Química, perfuração e electromecânica.
Fonte:da Redação e da angonoticias
Reeditado para:Noticias do Stop 2021
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Fotografias:Getty Images/Reuters/EFE/AFP/Estadão