interesse das farmacêuticas.
"Tínhamos tudo pronto, mas nunca conseguimos investimento para terminar", afirmou Hotez perante o Comité de Ciência, Espaço e Tecnologia da Câmara dos Deputados, cita o El Mundo . "Há dez anos decidimos concentrar-nos num problema muito interessante: fazer vacinas contra o coronavírus, porque reconhecemos que é um enorme desafio para a saúde pública e, apesar disso, não vimos os grandes farmacêuticos interessados em preencher esse vazio", acrescentou.
Os coronavírus, refira-se, são uma extensa família de vírus, alguns dos quais podem ser a causa de várias doenças, desde o resfriado comum à SARS. Foi precisamente depois da SARS que Hotez e a sua equipa começaram a desenvolver uma vacina. "A SARS deixou de ser uma ameaça à saúde e então não recebemos mais dinheiro. Ninguém está interessado em investir num produto que não será usado", recordou.
Em 2016, Hotez e a sua equipa obtiveram os primeiros resultados satisfatórios em testes em animais e começaram a pedir fundos para iniciar um ensaio clínico em humanos, mas não receberam ajuda e por isso os tubos de ensaio da possível vacina ficaram armazenados num congelador. "Foi uma decisão infeliz. Tínhamos a vacina pronta, mas não conseguimos entrar na fase clínica devido à falta de recursos", frisou, encontrando semelhanças entre o novo coronavírus e o anterior: "Percebi que poderíamos ter uma vacina muito sólida para combater o coronavírus."
Desde a propagação do covid-19 que Hotez tem procurado novamente recolher fundos, tendo pedido três milhões de dólares necessários para financiar o seu ensaio a grandes empresas farmacêuticas e agências governamentais. Recentemente, os seus pedidos foram atendidos pelo Instituto de Saúde dos Estados Unidos e pela Autoridade para o Desenvolvimento e Avanço da Pesquisa Biomédica, muito envolvidos nas investigações sobre o novo coronavírus.
"Se tivéssemos estes investimentos antes, a vacina estava pronta. A vacina não será rápida, teremos que levar este processo de uma forma muito lenta, sequencialmente. Ouvi estimativas de que a vacina será obtida dentro de um ano ou de 18 meses, mas não será tão rápido. É urgente criar vacinas para doenças que não dão lucro", reiterou.
Peter Hotez é um dos diretores do Centro de Desenvolvimento de Vacinas do Hospital Infantil do Texas e reitor da Faculdade de Medicina Tropical da Universidade Baylor, em Houston, no Texas, instituições que procuram obter vacinas que não são lucrativas paras as grandes farmacêuticas norte-americanas.
Fonte:da Redação e da angonoticias.com
Reeditado para:Noticias do Stop 2020
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Fotografias:Getty Images/Reuters/EFE/AFP/Estadão