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Variantes de Preocupação: Ómicron é mais ligeira e descoberta francesa não preocupa

Variantes de Preocupação: Ómicron é mais ligeira e descoberta francesa não preocupa

Ciencia e Saude
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Apesar da maior capacidade para iludir a imunização proporcionada pelas vacinas, como sugere um recente estudo dinamarquês, a Ómicron acaba por não se refletir nos hospitais e o especialista da OMS reforça os apelos na vacinação, estabelecendo a meta de se vacinar pelo menos 70% da população mundial até meados de 2022 e assim se controlar a pandemia.

Desde que foi identificada na África do Sul, no final de novembro, a mais recente VdP propagou-se rapidamente, já afeta pelo menos 128 países e em vários tornou-se, em poucas semanas, na variante dominante entre os casos ativos.

A maioria dos internados em cuidados intensivos em países da União Europeia tratam-se pessoas não vacinadas, o que comprova também que as vacinas autorizadas pela Agência Europeia do Medicamento (EMA) mantém-se eficazes perante a Ómicron na prevenção de doença grave.

[Quais são os principais sintomas da Ómicron?]

Notou-se também que o período de infeção, dada a menor severidade, se reduziu para entre cinco e sete dias, o que já levou muitos países a rever os períodos de quarentena para os "doentes covid", incluindo Portugal.

Apear de estar a impulsionar com grande frequência novos recordes diários de infeções, a Ómicron não está a ter reflexos num agravamento das hospitalizações, o critério agora mais relevante para se aferir o nível de ameaça da pandemia.

Com muitos dos infetados com esta nova variante a revelarem-se assintomáticos, estes são os principais sintomas gerados pela Ómicron e que devem ser tidos em conta:

Tosse seca;
Cansaço;
Pequena irritação na garganta;
Dores de cabeça;
Febre ligeira;
Uma pequena parte dos doentes diagnosticados com a Ómicron na África do Sul revelaram febre alta, tosse recorrente e perda de paladar ou olfato. Os sintomas mais graves registam-se sobretudo em pessoas não vacinadas contra a Covid-19.

A descoberta
A variante denominada B.1.1.529 foi descoberta pela investigadora portuguesa Raquel Viana a 19 de novembro, de uma amostra recolhida dez dias antes, e foi reportada à Organização Mundial de Saúde (OMS) a 24 de novembro, a um mês do Natal.

Foi designada, dois dias depois, como “Variante de Preocupação” (VdP) devido sobretudo à rápida propagação verificada e às dezenas mutações encontradas. Integrando esta lista foi rebatizada como Ómicron.

O Grupo de Consultoria Técnica para a Evolução do Vírus SARS-CoV-2 da OMS (TAG-VE, na sigla anglófona), reunindo uma rede de laboratórios de referência da OMS para estudar a Covid-19, tem vindo a pesquisar intensivamente a nova variante, tendo encontrado uma série de mutações, inclusive na proteína S ou “spike” (espícula), a responsável pela infeção das células.

A OMS apela aos diversos países para partilharem os dados dos respetivos "doentes covid" hospitalizados para se acelerar o conhecimento da Ómicron e recomenda aos cidadãos as medidas elementares para conter a infeção:

distanciamento social de pelo menos um metro;
uso de máscaras homologadas;
ventilação regular de espaços fechados;
evitar espaços sobrelotados;
lavar regularmente as mãos;
tossir ou espirrar protegendo-se com o cotovelo ou um lenço;
vacinar-se tão rápido quanto possível.
Os dados preliminares sugerem um maior risco de reinfeção, em comparação com as VdP anteriores, mas ainda não há uma conclusão clara desta ameaça. As vacinas continuam a ser consideradas eficazes e os testes PCR detetam a Ómicron.

Não é claro que a nova variante cause mais doença grave do que as anteriores, incluindo a Delta. Os dados preliminares mostram apenas um aumento de hospitalizações, particularmente na África do Sul.

Uma nova variante em estudo
Foi notícia recentemente a descoberta em Marselha, França, de uma nova variante, identificada pelo código B.1.640.2 e apelidada de forma informal como "IHU".

Esta nova variante foi detetada no sul de França, onde foram registados 12 casos, mas terá tido origem nos Camarões, sendo um subvariante de uma outra estirpe identificada na RD Congo.

A variante francesa apresenta mais de 40 mutações genéticas, incluindo duas dezenas na proteína "S" ou "spike" (espícula), mas para a OMS assim como para o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (ECDC) ainda não apresenta gravidade suficiente para integrar a lista de VdP.

Dois anos de SARS-CoV-2
Há cerca de dois anos que convivemos por todo o mundo com o vírus SARS-CoV-2, a causa da Covid-19. Ao longo deste tempo, este último membro da família coronavírus já infetou mais de 277 milhões de pessoas e custrou cerca de 5,4 milhões de vida por todo o planeta, impulsionado por pelo menos cinco VdP.

Em cada organismo infetado são produzidas e propagadas réplicas, o que permite ao vírus adaptar-se e evoluir face ao original que provocou a pandemia.
Pelo menos, desde de setembro de 2020 há variantes a preocupar os especialistas de OMS devido ao potencial de serem mais resistentes ou de causarem uma forma mais grave de Covid-19.

Mas afinal o que são as variantes do vírus da Covid -19?
Os vírus, de uma forma geral, começam por infetar um hospedeiro e a partir dele replicam-se, ou seja, produzem cópias de si mesmos.

A maioria dos vírus são constituídos de RNA, um material genético, por exemplo, mais instável do que o DNA. Essa característica faz com que haja maior possibilidade de sofrer alterações ao longo do tempo, modificando ligeiramente a respetiva sequência genética.

As alterações na sequência são conhecidas como mutações genéticas. Os vírus com mutações são apelidados estirpes ou variantes.

Algumas das mutações podem não alterar as propriedades do vírus, outras podem até ser prejudiciais aos próprios vírus, mas algumas podem acabar por permitir uma "vantagem seletiva" e até tornar o vírus mais "amigo" do hospedeiro e torna-lo benigno.

 

Fonte:da Redação e da euronews.com
Reeditado para:Noticias do Stop 2022
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