O modelo de IA DeepSeek desencadeou uma onda de sell-off no mercado norte-americano, intensificando a pressão sobre os principais stakeholders da OpenAI e impactando o S&P 500, um dos principais índices acionistas dos EUA. Antes mesmo da abertura oficial de Wall Street, as “sete magníficas” já registavam quedas na negociação pré-mercado,
refletindo a crescente apreensão dos investidores.
A ascensão meteórica do DeepSeek reforça a tendência já observada da China ao consolidar-se não apenas como uma potência económica, mas também tecnológica — um movimento que agitou os mercados financeiros nesta segunda-feira. O lançamento de um modelo mais aperfeiçoado, com potencial para competir com o GPT-4o, impactou as ações das gigantes tecnológicas norte-americanas, alimentando incertezas sobre a sustentabilidade do domínio dos EUA no setor de IA.
O índice Nasdaq acabou por cair mais de 3% no dia 27 de janeiro. Empresas como a NVIDIA, a Microsoft e a Alphabet sofreram perdas multi-milionárias. Em um só dia, a NVIDIA viu a sua capitalização de mercado encolher em, aproximadamente, US$ 400 mil milhões, representando a maior queda em valor alguma vez registada de uma única empresa na história dos EUA. O índice pan-europeu Stoxx600 caiu 4,5%, enquanto grandes fabricantes de processadores como a holandesa ASML e a japonesa Disco também registaram quedas significativas.
O que é o DeepSeek e porquê que está a causar esta turbulência?
O DeepSeek — desenvolvido por uma startup chinesa sediada em Hangzhou — rapidamente se tornou a aplicação gratuita com mais transferências na App Store da Apple após o seu lançamento nos EUA a 10 de janeiro. O modelo de IA foi projetado para competir diretamente com as soluções da OpenAI, Meta e Google, oferecendo desempenho similar por uma fração do custo.
Enquanto a OpenAI e outras gigantes do setor investiram milhares de milhões no desenvolvimento de modelos como o ChatGPT, o DeepSeek afirma ter conseguido proeza semelhante com apenas US$ 5,6 milhões.
A chave para este sucesso está na estratégia adotada pela DeepSeek para contornar as restrições comerciais impostas pelos EUA. A empresa utilizou uma combinação de processadores NVIDIA A100 — adquiridos antes das sanções — com processadores de menor desempenho ainda disponíveis no mercado chinês.
O “Sputnik Moment” da IA
A introdução do DeepSeek foi comparada por especialistas a um “momento Sputnik” para a inteligência artificial, em referência ao choque que os EUA sofreram quando a União Soviética lançou o primeiro satélite artificial em 1957. O investidor de capital de risco Marc Andreessen aponta que o avanço chinês como um marco que pode alterar o equilíbrio de forças na corrida pela IA.
Outro fator que agrava as preocupações no Ocidente é a possibilidade de que o modelo de desenvolvimento da DeepSeek torne obsoletos os investimentos multi-milionários em infraestrutura de IA nos EUA. Até agora, acreditava-se que apenas empresas com vastos recursos poderiam dominar o setor, mas o sucesso do DeepSeek sugere que abordagens mais eficientes podem alcançar resultados igualmente bons com custos operacionais muito menores.
Principais objeções aos feitos da DeepSeek
Pese embora o facto de a DeepSeek ter alcançado notoriedade pelo seu modelo de IA desenvolvido com um custo significativamente menor, algumas críticas e questões têm sido levantadas quanto à fiabilidade dos números:
Custo de desenvolvimento sub-avaliado: alguns analistas apontam que o valor se refere apenas à fase final de treino, não incluindo despesas com R&D, os baixos vencimentos dos funcionários chineses e os custos energéticos mais baixos;
Viéses ideológicos e censura: alguns internautas mostraram respostas obtidas pelo DeepSeek que não iam de encontra às narrativas oficiais chinesas ou tópicos sensíveis e que logo depois de serem geradas eram censuradas — demonstrando pouca isenção nos factos;
Sustentabilidade e escalabilidade: as limitações de recursos podem comprometer o desenvolvimento futuro deste modelo.
Estas refutações sugerem que, embora o DeepSeek represente um avanço notável, é essencial avaliar criticamente as suas reivindicações e considerar os desafios subjacentes ao modelo de desenvolvimento expectável.
As reações das gigantes tecnológicas
A resposta das empresas americanas foi imediata. A NVIDIA, um dos maiores fornecedores de hardware para IA, afirmou que o avanço do DeepSeek é um exemplo do conceito de ‘Test Time Scaling‘, um método que permite a criação de poderosos modelos a partir de infraestruturas já existentes. A empresa também ressaltou que os produtos da DeepSeek ainda dependem amplamente de GPUs da Nvidia para inferência, minimizando o impacto negativo no seu modelo de negócio.
Já figuras ligadas ao governo dos EUA, como David Sacks, “czar da IA e das criptomoedas” do governo Trump, defendem a reversão das regulamentações impostas pela administração de Joe Biden com vista a garantir a competitividade americana. De acordo com Sacks, o sucesso da DeepSeek “mostra que a corrida pela IA será muito competitiva” e que os EUA “não se podem dar ao luxo de serem complacentes”.
O que esperar no futuro?
A ascensão do DeepSeek pode ser um divisor de águas para o mercado de IA. O seu sucesso levanta questões sobre a real necessidade dos maciços investimentos feitos por empresas ocidentais e a eficácia das sanções dos EUA contra a China. O impacto a longo prazo ainda é incerto, mas já é claro que o setor de IA pode estar prestes a passar por uma profunda transformação. Se a DeepSeek realmente conseguir manter o seu nível de competitividade a um custo tão reduzido, o atual modelo de desenvolvimento de IA pode ser forçado a mudar — para o bem ou para o mal.
Fonte:da Redação e da maistecnologia
Reeditado para:Noticias do Stop 2025
Outras fontes • AFP, AP, TASS, EBS
Material Informático - www.aplicloja.com
Receba diariamente no Grupo STOPMZNWS poderá ler QRCOD
Link do Grupo WhatsApp - https://chat.whatsapp.com/JUiYE4NxtOz6QUmPDBcBCF
Qual Duvida pode enviar +258 827606348 ou E-mail:
Em criação o Aplicativo o APP que ira ver notícias diariamente em seu celular Fotografias:Getty Images/Reuters/EFE/AFP