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Vacinas contra a Covid-19: Quarta dose ganha força e imunização pode tornar-se anual

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algumas semanas após a inoculação.

As declarações do responsável da Moderna foram proferidas numa conferências sobre cuidados de saúde promovida pela Goldman-Sachs depois do primeiro-ministro de Israel, Naftali Bennet ter citado um estudo onde se sugere que uma quarta dose de vacina aumenta cinco vezes os anticorpos contra a Covid-19 uma semana após a inoculação.

A Moderna está atualmente a tentar desenvolver uma nova vacina tendo no alvo a Ómicron, a VdP que se tem revelado mais resistente às melhores propostas de imunização no mercados, como as cinco já validadas por exemplo na União Europeia.

A nova vacina anti-Ómicron da Moderna ainda deverá demorar mais de dois meses até estar pronta.

A nova fase de reforço de vacinas representa, por outro lado, um "booster" também nas receitas da farmacêutica, com a Thompson Reuters a estimar ganhos na ordem dos 1,7 mil milhões de euros no terceiro trimestre deste novo ano.

Cruzamento de vacinas: sim ou não?
Um estudo da Agência de Segurança na Saúde do Reino Unido (UKHSA) defende o cruzamento de vacinas no reforço das defesas dos já imunizados contra a Covid-19, isto é, a chamada vacinação heteróloga.


Os dados recolhidos sugerem que uma dose de reforço com a vacina Spikevax (Moderna) após um programa inicial completo de duas doses de Comirnaty (Pfizer/BioNTech), ambas de base mRNA, é mais eficaz na proteção contra a infeção pela mais recente variante de preocupação (VdP) da Organização Mundial de Saúde (OMS).

A autoridade britânica da saúde notou um decréscimo acentuado da proteção contra a Ómicron só com a toma das duas primeiras doses, mas garante que o reforço com a Spikevax volta a colocar a eficácia nos 90% de proteção.

A maior parte dos países europeus já estão com o processo de reforço da vacinação em andamento, nomeadamente Portugal, e têm optado pelo cruzamento de vacinas. Alguns países sobretudo por uma questão de gestão dos lotes de vacinas disponíveis, outros de acordo com os estudos já existentes tendo no alvo a Ómicron.

Os números da pandemia são claros e a vacinação está a ter um resultado positivo na contenção da doença grave ou das mortes no quadro da Covid-19. É a principal causa da redução das hospitalizações apesar do elevado número de infeções registados a cada dia.

A Agência Europeia do Medicamento (EMA) e o Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC) emitiram uma recomendação conjunta também favorável ao uso "misturado e combinado" de vacinas aprovadas, "tanto para o início do processo como no reforço" da vacinação contra a Covid-19.

"A UE enfrenta atualmente um número crescente de infeções na pandemia de Covid-19 em curso, bem como um aumento nas taxas de hospitalização. As vacinas continuam a impedir que muitos milhões de cidadãos da UE adoeçam ou morram, e os números mostram que o número de hospitalizações e mortes continua a ser mais baixo nos Estados-Membros com as taxas de vacinação mais elevadas", salienta-se no comunicado.

A EMA e o ECDC destacam as "evidências de estudos sobre vacinação heteróloga" (uso de vacinas diferentes), sugerindo que "a combinação de vacinas de vetor viral e vacinas de mRNA produz bons níveis de anticorpos contra o vírus da Covid-19 (SARS-CoV-2) e uma resposta de células T mais alta do que usar a mesma vacina (vacinação homóloga ) tanto no processo primário como no reforço".

"Os regimes heterólogos foram geralmente bem tolerados", garantem.

OMS defende vacinas
A Organização Mundial de Saúde (OMS) defende que as vacinas anticovid atualmente no mercado parecem perder eficácia perante a Ómicron, mas sublinhou que "a vacinação completa é essencial na luta contra a Covid-19 e todas as variantes" do SARS-CoV-2 e reforça os apelos para que os países ricos ajudem os mais necessitados a completar os respetivos processos de vacinação..

A OMS assegura que a eficácia de proteção das vacinas se mantém, apela para todos se vacinarem devidamente e manterem "todas as medidas de proteção" recomendadas.
A descoberta da mais recente variante de preocupação (VdP) e a rápida propagação pelo mundo levantou de imediato dúvidas em torno da eficácia das vacinas em uso, sobretudo das quatro primeiras aprovadas na União Europeia (UE), onde os casos têm vindo a aumentar rapidamente.

As hospitalizações têm sido sobretudo de pessoas não vacinadas, o que reforça a ideia de que as vacinas mantém a eficácia contra a doença grave ou morte devido ao SARS-CoV-2.

Os estudos têm-se sucedido de forma intensa. Um efetuado pela UKHSA alega que apenas duas doses da vacina anticovid Vaxzevria (Oxford/AstraZeneca) representam um nível de proteção muito mais baixo contra uma infeção assintomática pela Ómicron do que contra a VdP Delta, a dominante ao longo de 2021.

Um estudo mais recente, pela "Imperial College London", sugere que os internamentos com Covid-19 devido à Ómicron são 40% menos do que os provocados pela Delta, o que reforça a teoria de que a infeção provocada pela nova VdP é menos severa.

Mesmo para as pessoas não vacinadas e as não infetadas anteriormente, o risco de internamento revela-se 11% menor do que acontecia com a Delta.

A investigação sugere ainda uma redução de 20% a 25% na simples ida ao hospital, mas o facto de o número de infeções diárias no Reino Unido ter ultrapassado a fasquia das 140 mil leva os especialistas a alertar para a saturação dos hospitais.
A OMS sublinha a importância de alargar a vacinação a mais países com maiores taxas de pessoas não vacinadas e apela para que essa seja a prioridade em vez da forte aposta em doses de reforço que se tem vindo a fazer em muitos países desenvolvidos.

Numa atualização à eficácia da vacina Janssen (Johnson & Johnson), de toma única, a OMS reiterou os 67% de proteção contra a hospitalização devido a um quadro de Covid-19 e de 77% contra uma infeção grave. A eficácia contra a nova VdP Ómicron está ainda curso.

União Europeia reforça certificado
O Certificado Digital Covid que a União Europeia implementou no início de julho para facilitar a circulação segura de pessoas pelo espaço comum europeu e dar um impulso ao turismo nos "27" em pleno verão está de novo a ganhar força e, em França, até se transformou a nível nacional num certificado de vacinação.

Os cidadãos europeus também podem pedir uma versão em papel do Certificado Digital, que funciona através de um código QR.

Neste certificado são apresentadas as informações pessoas sobre as vacina tomadas pelo portador, sobre o resultado negativo de um teste anticovid, se dentro do prazo de validade, ou um certificado de recuperação da Covid-19.

O certificado é reconhecido pelos 27 Estados membros da UE e ainda por Suíça, Liechtenstein, Islândia e Noruega.

Os países com maior resistência à vacinação contra a Covid-19 têm vindo a reforçar unilateralmente a importância do certificado para impulsionar a imunização e tentar travar os casos de doença grave provocados pela Ómicron.

Alguns países, como a Áustria já a partir de fevereiro, até estão a decidir tornar a vacinação obrigatória e outros, como a Alemanha, ponderam seguir os mesmos passos.

Vacinas para viajar na Europa
Nem todas as vacinas já em utilização no mundo contra a Covid-19 são reconhecidas pela UE para figurar no Certificado Digital europeu.

As pessoas que receberam as vacinas Comirnaty (Pfizer/BioNTech), Spikevax (Moderna), Vaxzevria (AstraZeneca) e Janssen (Johnson & Johnson) poderão obter o certificado digital da UE pela vacinação. Em breve, também a Nuvaxovid (Novavax) estará a uso e válida para integrar o certificado.

Para entrar nos países da União Europeia e circular pelo território dos "27", os viajantes devem estar vacinados com uma destas cinco vacinas. Em alguns países, como Portugal por via aérea ou marítima, é também exigido agora um teste negativo, à entrada no país

Efeitos colaterais e eficácia das vacinas
Novavax (Nuvaxovid)

EFEITOS SECUNDÁRIOS Os principais foram de gravidade ligeira ou moderada e passaram após alguns dias da vacinação. Incluem dores de cabeça, náuseas ou vómitos, dores musculares e nas articulações, sensibilidade ou alguma dor no local da injeção, cansaço e mal-estar. De acordo com os estudos, afetaram uma em cada 10 pessoas vacinadas.

EFICÁCIA Os dois estudos realizados, no México e nos Estados Unidos, envolveram mais de 45 mil pessoas e revelaram uma eficácia a rondar os 90%.

Pfizer/BioNTech (Comirnaty)

EFEITOS SECUNDÁRIOS: Os principais efeitos secundários associados à vacina Comirnaty foram dor e inchaço no local da injeção, cansaço, dor de cabeça, dores musculares e articulares, calafrios, febre e diarreia. Os efeitos foram geralmente leves ou moderados e melhoraram alguns dias depois da aplicação da vacina.

EFICÁCIA O ensaio principal mostrou 95% de eficácia

Moderna (Spikevax)

EFEITOS SECUNDÁRIOS: Os principais efeitos secundários associados à vacina Spikevax foram dor e inchaço no local da injeção, cansaço, calafrios, febre, gânglios linfáticos inchados ou sensíveis sob o braço, dor de cabeça, dores musculares e articulares, náuseas e vómitos. Os efeitos são geralmente leves ou moderados e melhoraram alguns dias depois da aplicação da vacina.

EFICÁCIA O ensaio principal mostrou 94.1% de eficácia

AstraZeneca (Vaxzevria)

EFEITOS SECUNDÁRIOS: Quando feita uma comparação entre a primeira e segunda dose mostram que a segunda possui efeitos mais leves e relatados com menos frequência. As pessoas que recebem a Vaxzevria podem sentir mais do que um efeito secundário ao mesmo tempo. Os principais foram sensibilidade, dor e hematomas no local da injeção, dor de cabeça, cansaço, dores musculares, sensação geral de mal-estar, calafrios, febre, dor nas articulações e náusea.

EFICÁCIA O ensaio principal mostrou 60% de eficácia

Johnson & Johnson (Janssen)

EFEITOS SECUNDÁRIOS: Os principais efeitos secundários associados à vacina foram dor no local da injeção, dor de cabeça, cansaço, dores musculares e náuseas. Os efeitos são geralmente leves ou moderados e melhoraram 1 ou 2 dias após a vacinação.

EFICÁCIA O ensaio principal mostrou 67% de eficácia

Qual a duração da proteção dada pelas vacinas?
Ainda não se sabe a duração exata. As pessoas vacinadas durante o teste clínico das vacinas vão continuar a ser acompanhadas durante 2 anos -- exceto pela vacina AstraZeneca (Vaxzevria), que teve uma revisão ao fim de 1 ano -- a fim de juntar mais informações sobre a durabilidade da proteção.

O que já se notou foi uma pequena redução da eficácia ao longo do tempo, o que impulsionou as autoridades a avançar para doses de reforço ou terceiras doses, no caso das vacinas de duas doses.

A aparição da VdP Ómicron também está a pressionar os países para acentuarem os níveis de vacinação. Alguns estão inclusive a torna-la obrigatória, seja para trabalhar como em Itália, seja de uma forma geral como na Áustria.


Fonte:da Redação e da euronews.com
Reeditado para:Noticias do Stop 2022
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