Para chegar a essa conclusão, ela precisou infectar 200 mosquitos do tipo Culex com o vírus da zika. Ao longo de janeiro e fevereiro, a cientista alimentou os mosquitos com sangue contaminado.
O que ela descobriu foi que o parasita se manteve vivo no estômago e nas glândulas salivares do Culex, por onde aconteceria a transmissão da doença para humanos.
Apesar de os resultados da pesquisa ainda serem parciais, eles são importantes para entender se o surto da zika pode ficar ainda maior do que o atual. Afinal, estima-se que a população de Culex é 20 vezes maior que a de Aedes aegypti em zonas urbanas.
Além disso, diferentemente do Aedes que prefere locais mais limpos, a muriçoca põe seus ovos em água suja. Isso significa que ela terá muitos espaços para sua reprodução nas grandes cidades.
Para provar os resultados da pesquisa, Ayres com outros pesquisadores da Fiocruz precisam encontrar mosquitos desse tipo na natureza que tenham o vírus da zika em suas glândulas. Porém, ainda serão necessários de seis a oitos meses para que o estudo chegue a uma conclusão definitiva.
“O ideal é analisar o maior número possível de mosquitos, em torno de 10 mil, para ter uma ideia da dispersão, comparar diferentes bairros e ver se coincide com os casos da doença de zika e microcefalia”, disse Ayres em entrevista ao G1.
Até o momento foi comprovado que apenas o mosquito Aedes aegypti transmite o vírus da zika. O número de casos confirmados da doença já ultrapassou de 1,5 milhão no Brasil, segundo o Ministério da Saúde.
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