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Cidade americana declara estado de emergência por confrontos

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"Declarei estado de emergência e iniciei esforços para enviar a Guarda Nacional e a Patrulha Rodoviária para ajudar a polícia local em Charlotte", escreveu o governador Pat McCrory no Twitter.

"Não podemos tolerar a violência. Não podemos tolerar a destruição de propriedades e não toleraremos os ataques contra nossos policiais que acontecem neste momento", afirmou o governador ao canal CNN.

A violência voltou a explodir na quarta-feira, pela segunda noite consecutiva, na cidade de Charlotte, com choques entre policiais e manifestantes.

Um manifestante ficou gravemente ferido depois de ser atingido por um tiro e respira com a ajuda de aparelhos após um confronto "entre civis", anunciou a prefeitura, segundo a qual a polícia "não abriu fogo".

Tudo começou com uma manifestação pacífica contra os abusos policiais, mas que terminou com atos de violência.

Alguns manifestantes quebraram vidraças, e outros jogaram objetos nos agentes. Os policiais do Batalhão de Choque usaram gás lacrimogêneo na frente do Hotel Omni Charlotte para tentar dispersar centenas de pessoas, que tomaram as ruas no centro dessa cidade do sudeste dos Estados Unidos.

Os manifestantes estão convencidos de que Keith Lamont Scott, morto por um policial na terça-feira, foi vítima de um erro flagrante.

Segundo a polícia, Scott foi morto pelo agente Brentley Vinson porque se negava a abaixar uma arma de fogo. A família da vítima afirma que a vítima carregava apenas um livro.

"A história da arma é uma mentira", afirmou à AFP Taheshia Williams, que tem uma filha que estuda na mesma escola que um dos filhos de Scott.

"Tiraram o livro e substituíram por uma arma. Este homem esperava sentado aqui todos os dias que o filho descesse do ônibus", completou.

A morte de Scott, após atos similares em outras cidades americanas nos últimos dois anos, provocou manifestações na terça-feira.

Os protestos terminaram com 16 policiais feridos, segundo as forças de segurança. Muitos civis também ficaram feridos, de acordo com a imprensa.

Teses diferentes

O agente Vinson foi suspenso e aguarda os resultados de uma investigação administrativa.

Os parentes de Scott repetiram que ele não carregava nenhuma arma, e sim um livro, no momento da morte.

De acordo com sua filha, Scott Lamont esperava pelo filho no estacionamento.

"Posso garantir que uma arma foi apreendida. Também posso assegurar que não encontramos o livro que foi citado", disse o chefe de polícia de Charlotte, Kerr Putney.

"Nos vídeos que assisti não é possível ver tudo o que aconteceu", completou.

Várias pessoas protestaram na terça-feira, após a divulgação da morte, com cartazes com a frase "A vida dos negros importa" e aos gritos de "Sem justiça não há paz".

O presidente Barack Obama ligou na quarta-feira para os prefeitos de Charlotte e de Tulsa, Oklahoma, onde na sexta-feira passada um policial matou outro afro-americano que estava desarmado.

"Keith Lamont Scott. Terence Crutcher. Muitos outros. Isto tem que acabar", escreveu no Twitter a candidata democrata à presidência, Hillary Clinton.

O candidato republicano Donald Trump fez um apelo na quarta-feira para "tornar os Estados Unidos seguros novamente". Na quarta-feira, durante um evento em uma igreja afro-americana de Cleveland, Ohio, perguntou se a policial que atirou em Crutcher teria se assustado.

A tensão racial aumentou nos Estados Unidos nos últimos dois anos por uma sucessão de abusos e atos de violência da polícia, que terminaram com a morte de homens negros, desarmados na maioria dos casos.

Na terça-feira, a justiça americana abriu uma investigação pela morte de Crutcher, que estava desarmado, quando foi atingido na sexta-feira por uma policial branca, um episódio gravado pelas câmeras de um carro e um helicóptero da polícia.

Na gravação é possível observar nitidamente que o homem, com várias armas de policiais apontadas contra ele, segue para seu veículo com as mãos para o alto.

 

 

 

 

 

 

Fonte:AFP

Reditado para:Noticias Stop 2016

Fotografias:Getty Images / Reuters /EFE

Tópicos:Estados Unidos, Países ricos, Mortes, Negros, Policiais, Protestos, Protestos no mundo

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