Cleveland se protege para convenção republicana

Protestos: a convenção ocorrerá menos de duas semanas após um atirador matar cinco policiais em Dallas e um mês depois de 49 pessoas morrerem no massacre em Orlando

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As autoridades que supervisionam e protegem as convenções dos grandes partidos dos Estados Unidos estão sempre em alerta máximo, designadas como Segurança Especial para eventos nacionais pelo Departamento de Segurança Interior (DHS, em inglês).

Outras agências federais também contribuem com recursos para aumentar a segurança.

Mas as circunstâncias excepcionais rodeiam a reunião republicana que acontecerá entre 18 e 21 de julho, onde Trump deverá ser nomeado oficialmente o candidato republicano que enfrentará a democrata Hillary Clinton na eleição presidencial de novembro.

A convenção ocorrerá menos de duas semanas após um atirador de elite matar cinco policiais em Dallas e um mês depois de 49 pessoas morrerem no massacre realizado em uma boate gay de Orlando por um homem que teria se radicalizado com a propaganda islâmica.

Enquanto Cleveland se preparava para ser o centro das atenções, um ataque foi cometido em Nice, França, e ao menos 84 pessoas morreram quando um caminhão atropelou uma multidão que comemorava a festa nacional de 14 de julho.

Tomada de controle hostil

Trump se impôs em uma controversa e dividida primária republicana, enfurecendo minorias e antagonizando com muitas pessoas dentro de seu próprio partido e atraindo a violência em seus comícios.

A hostil tomada de controle do Partido Republicano pode provocar uma violenta recepção por parte dos delegados descontentes no salão de convenção. Já do lado de fora, os críticos de Trump poderiam ser mais frios do que o "efeito do lago" nesta cidade do Meio-Oeste.

Para complicar mais as coisas, a lei em Ohio permite que o público leve armas aos eventos que são realizados no centro, ainda que não dentro do perímetro de segurança em torno da convenção.

O diretor do FBI (a Polícia Federal americana), James Comey, disse que seu departamento tem centenas de agentes focados na obtenção de informação antiterrorista em Cleveland.

"Sempre que a atenção nacional se direciona para um evento político existe o risco de grupos que aspiram fazer somente isso, cometer atos de terrorismo doméstico, se sintam atraídos", declarou na quinta-feira Comey diante do Comitê de Segurança Interior da Câmara Baixa.

O diretor do DHS, Jeh Johnson, admitiu que as manifestações podem fugir do controle.

"Fico preocupado com a possibilidade de violência", disse aos congressistas, acrescentando que o DHS enviará mais de 1.000 agentes para Cleveland, incluindo oficiais do Serviço Secreto.

Especialistas em segurança aconselharam aos meios de comunicação que seus correspondentes disponham de elementos de proteção, como capacetes, coletes à prova de balas e máscaras anti-gases.

"Preparados para tudo"

As autoridades asseguram que estão preparadas para qualquer situação.

"Estamos preparados para qualquer e cada coisa que aconteça ou não aconteça", disse o chefe da polícia, Calvin Williams.

Grupos de manifestantes planejam protestos durante o fim de semana, incluindo um evento no domingo descrito como uma marcha contra o racismo, a islamofobia e os ataques aos imigrantes.

Na segunda-feira, horas antes de ser iniciada a convenção, o grupo Stand Together Against Trump (Juntos Contra Trump) espera milhares de participantes no protesto autorizado até o "The Q" (Quicken Loans Arena), como é conhecido o estádio dos Cleveland Cavaliers, que está sendo preparado para receber o evento.

"É uma oportunidade para nos reunirmos", disse Jama Hambley, coordenadora do grupo e cirurgiã-residente no hospital de Cleveland.

Grupos de supremacia branca também estarão em Cleveland, assim como os Oath Keepers, militares ou ex-militares que costumam aparecer fortemente armados em eventos.

As leis da cidade que permitem o porte de armas em público contribuem claramente para aumentar a tensão.

"É uma receita para calamidade ou para a crise? Ninguém sabe", disse Ryan Lenz, do centro legal sobre a pobreza sulista, que monitora grupos extremistas, fazendo alusão à potencial combinação explosiva de manifestantes com armas se enfrentando.

"Ninguém consegue dizer o que vai acontecer", acrescentou.

 

 

 

 

 

 

 

Fonte:AFP

Reditado para:Noticias Stop 2016

Fotografias:Getty Images / Reuters

Tópicos:Empresários, Celebridades, Donald Trump, Eleições americanas, Estados Unidos, Países ricos, Protestos, Política no Brasil

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