Trabalhadores do solar onde está o mural, no luxuoso bairro de Knightsbridge, cobriram totalmente o desenho de Cosette, uma das protagonistas da obra "Os Miseráveis", e símbolo de sua versão musical, que aparece chorando pelo efeito dos gás lacrimogêneo lançado contra os refugiados do campo que foi apelidado de 'A Selva', com a bandeira francesa nas costas.
Mike Sadler, diretor da Cheval Property Managemente Limited, proprietária do terreno onde o artista fez o grafite, assegurou que a medida é temporária, enquanto decidem "os planos de futuro para a obra".
A peça, que em apenas 48 horas atraiu milhares de curiosos, também tinha um código QR, que levava a um vídeo no YouTube que mostra os refugiados da 'Selva' de Calais sendo atingidos por gás lacrimogêneo em 5 de janeiro.
Ladrões tentaram roubar o mural domingo à noite, poucas horas após sua aparição, mas a polícia Metropolitana de Londres (MET) interveio a tempo e vigiou de perto a peça até os trabalhadores do solar, armados com martelos elétricos e tábuas de madeira, a cobrirem totalmente.
Os fãs de Banksy se queixaram da medida e defendem que o muro deve estar aberto ao público, pois cria "consciência sobre a situação real dos refugiados".
"Obras como esta servem para mandar uma mensagem e para despertar consciência sobre a situação dos refugiados em Calais. Acho que devemos fazer muito mais do que estamos fazendo, afinal de contas somos todos seres humanos", disse o londrino Nick Papavassiliou, que trabalha em uma organização beneficente.
"É um símbolo do que está acontecendo em Calais e uma mensagem clara para que estejamos todos mais conscientes do que está acontecendo. E tudo isto diante da embaixada francesa. Acho que o grafite deveria estar aberto ao público", afirmou Luis Gómez, turista que está passeando pela capital britânica.
O mural da menina de "Os Miseráveis" é o último de uma série de obras com as quais Banksy, o grafiteiro que não revela sua verdadeira identidade, critica a forma que a Europa está tratando a crise de refugiados.
Fornecido por: Da EFE 2016 ( STOP)