A operação mobilizou 700 policiais, que contaram com o apoio de helicópteros.
As barreiras policiais impediram a aproximação dos jornalistas do campo. Os repórteres ficaram a três quilômetros do local.
A operação começou às 7H00 (1H00 de Brasília) e "acontece com um ritmo lento e de maneira calma. Não é necessário o uso da força", disse Giorgos Kyritsis, porta-voz do serviço de coordenação da crise migratória.
A retirada pode demorar uma semana, de acordo com o funcionário.
Na primeira hora da operação, 340 migrantes deixaram o campo em seis ônibus, com destino a centros de abrigo na região de Salonica, norte da Grécia, informa um comunicado oficial.
Uma fonte policial destacou que os agentes seguiram de barraca em barraca para estimular os refugiados e imigrantes, incluindo muitas famílias com crianças, a aceitar a transferência para os abrigos.
O canal Ert 1 exibiu imagens de crianças aguardando de maneira calma diante das barracas, em meio aos policiais que entraram no campo.
De centro de ajuda a símbolo do caos
Idomeni se transformou no símbolo do sofrimento de centenas de milhares de pessoas em fuga das guerras, perseguições e da miséria dos países do Oriente Médio, Ásia e África, na crise migratória de maior gravidade registrada na Europa desde o fim da Segunda Guerra Mundial.
O local foi aberto no ano passado por grupos de ajuda humanitária para receber, no máximo, 2.500 pessoas em sua viagem para outros países da Europa.
Mas o campo chegou a abrigar mais de 12.000 pessoas - principalmente sírios, iraquianos, iranianos e pessoas procedentes do Magreb -, depois que os países dos Bálcãs fecharam suas fronteiras em fevereiro, com o objetivo de frear o fluxo intenso de migrantes por seus territórios.
A retirada acontece após um inverno marcado por fortes chuvas, que transformaram o local em um lamaçal, e de várias tentativas de forçar a passagem pela fronteira, o que provocou muitos confrontos com a polícia da Macedônia.
As organizações humanitárias denunciaram as deploráveis condições sanitárias e de segurança do local.
A operação de retirada começou a ser preparada na segunda-feira, com a chegada dos policiais.
Os agentes reforçaram os controles nas imediações e proibiram a entrada de novos grupos de migrantes.
Kyritsis afirmou na segunda-feira que a operação seria "gradual".
O governo de esquerda da Grécia insiste há vários meses em seu desejo de evitar, o máximo possível, o uso da força para enfrentar a onda migratória.
O modelo adotado é o da "persuasão", que deu resultados nos últimos dias, segundo uma fonte oficial.
Nas últimas duas semanas, 2.500 pessoas aceitaram abandonar Idomeni e quase 800 seguiram os passos no domingo e segunda-feira, quando circulavam rumores sobre a iminência da operação de retirada, informou a polícia.
A onda migratória também provocou momentos de tensão com os agricultores gregos e problemas no tráfego ferroviário para o norte da Europa, após bloqueios nas vias organizados pelos migrantes durante atos de protesto.
Fonte:AFP
Reditado por: Stop Noticias 2016
Tópicos:Europa, Grécia, Crise grega, Piigs, Refugiados, União Europeia
Fotografias: Getty Images