Na carta, dirigida ao presidente da Pontifícia Comissão para a América Latina, o cardeal francês Marc Ouellet, e datada em 19 de março, o pontífice destaca também os valores do pastoral popular na América Latina.
"É óbvio, e até impossível, pensar que nós como pastores teríamos que ter todas as soluções para os múltiplos desafios que a vida contemporânea nos apresenta", afirma Francisco na carta.
Além disso, o pontífice argentino sustenta que na América Latina ocorreu "um fenômeno muito interessante", o da pastoral popular.
"Há um fenômeno muito interessante que ocorreu em nossa América Latina e, me encorajo a dizer, acredito que é um dos poucos espaços onde o povo de Deus foi soberano da influência do clericalismo: me refiro à pastoral popular", afirma.
"Foi um dos poucos espaços onde o povo e o Espírito Santo puderam se encontrar sem o clericalismo que procura controlar e conter a unção de Deus sobre os seus", acrescentou.
De acordo com Francisco, "não é o pastor que diz ao laico o que tem que fazer ou dizer", mas os laicos "sabem tanto ou melhor" que os sacerdotes.
"Não é o pastor que tem que determinar o que os fiéis têm que fazer nos diferentes âmbitos", reiterou.
O papa lembrou que "a Igreja não é uma elite dos sacerdotes, dos consagrados, dos bispos, mas todos formamos o Santo Povo fiel de Deus".
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