O presidente Barack Obama decidiu se envolver e chegará a Londres na quinta-feira para uma visita de três dias na qual recomendará aos britânicos que votem a favor da Europa.
"Não temos um amigo mais próximo no mundo" que os britânicos "e se nos pedirem nossa opinião como amigos, a daremos", disse Ben Rhodes, conselheiro de política externa de Obama.
O Fundo Monetário Internacional avisou nesta semana que um "Brexit" "pode provocar sérios danos regionais e mundiais ao alterar relações comerciais bem estabelecidas", afirmou seu economista chefe, Maurice Obstfeld.
Nesta sexta-feira teve início a tradicional distribuição de panfletos nas ruas e os primeiros comícios.
"Quero que meus filhos tenham a possibilidade de viajar por toda a Europa e que se beneficiem de uma saúde gratuita", explicou à AFP Gael Simmonds, de 60 anos, um dos nove voluntários que distribuía panfletos em Covent Garden, Londres, em um dia chuvoso.
A figura mais proeminente do campo anti-UE, o conservador Boris Johnson, fará nesta sexta-feira e no sábado vários discursos no norte da Inglaterra, em redutos tradicionalmente trabalhistas, com a mensagem de que o dinheiro que Londres paga a Bruxelas pode ser usado para a saúde pública.
Para Johnson, que atuou como correspondente em Bruxelas do jornal Daily Telegraph e que é um crítico ferrenho da burocracia europeia, o referendo é "como se o carcereiro tivesse deixado acidentalmente a porta da prisão aberta e as pessoa pudessem ver as terras iluminadas mais além".
No outro lado, o homem que liderou a campanha para que a Escócia ficasse no Reino Unido, o ex-ministro das Finanças trabalhista Alistair Darling, volta ao primeiro plano para salvar a adesão britânica e, assim como em 2014, a cabeça do primeiro-ministro David Cameron, defensor da permanência na UE que convocou o referendo para aplacar a ala eurocética de seu partido.
Um Cameron que, depois de ter sido atingido pelo escândalo "Panama Papers", inspira, na questão europeia, menos confiança que o trabalhista Jeremy Corbyn, segundo uma pesquisa publicada na quinta-feira no jornal The Times.
Lado a lado nas pesquisas
As pesquisas de opinião indicam que o referendo será disputado.
Segundo a última pesquisa, os dois lados acumulam 39% das intenções de voto cada um e estima-se que a participação será chave.
Joe Twyman, do instituto de pesquisa YouGov, previu que "se for da ordem de 30%", como em referendos anteriores, "ganhará a saída da UE, porque as únicas pessoas que terão ido votar são aquelas para as quais é verdadeiramente importante" abandonar o bloco.
Pelo contrário, 60% de participação daria a vitória aos europeístas.
Na mente de todos está o recente referendo na Holanda que resultou na rejeição ao acordo comercial entre a UE e a Ucrânia, uma questão aparentemente de pequena importância que mobilizou pouco o eleitorado, mas que foi usada para dar uma bofetada em Bruxelas.
Os referendos nacionais foram tradicionalmente uma dor de cabeça para os defensores da integração europeia, cujos passos precisam contar com a aprovação de todos os Estados membros.
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