organizados.
Mais de 50 mil imigrantes estão retidos no país devido ao fechamento das fronteiras de países localizados ao longo dos Bálcãs, o que isola um corredor terrestre em direção ao norte rico da Europa que foi usado por um milhão de pessoas fugindo de conflitos e da pobreza no Oriente Médio, na África e na Ásia.
O porto de Pireu é a principal porta de entrada para as ilhas gregas do Mar Egeu, muito apreciadas pelos turistas, mas também para o êxodo anual de gregos do território continental que vão comemorar a Páscoa da igreja ortodoxa.
Por isso as autoridades gregas, ansiosas para não afugentar o comércio turístico vital para o tesouro depauperado do país repleto de dívidas, estão passando apertos para deixar claro para os imigrantes acampados que Pireu não é seu lar.
Com essa finalidade, puseram em circulação em Pireu e em outras áreas da Grécia um panfleto sobre os campos de imigrantes improvisados que mostra uma criança de expressão radiante, um homem fazendo um sinal de coração com os dedos e um menino mastigando uma banana, e com a legenda: "As fronteiras com outros Estados europeus agora estão bloqueadas em todas as direções, e infelizmente não há esperança de que as reabram no futuro previsível".
O panfleto, publicado pela Guarda Costeira grega em árabe, farsi, inglês e grego, é uma estratégia sutil para induzir os imigrantes a rumarem para os centros de recepção.
"O povo grego sempre será seu amigo", acrescenta o texto.
Mais de 4 mil imigrantes estavam acampados em Pireu nesta segunda-feira, e mais de 11 mil outros em Idomeni, um posto de fronteira do norte onde a polícia da Macedônia disparou gás lacrimogêneo para afastar os imigrantes desesperados que avançaram sobre a cerca da divisa no domingo.
A reação ao panfleto foi uma mistura de resignação e suspeita.
"Acho que será melhor lá (no centro de recepção). Tem que ser. Estou cansado deste lugar", disse Osama Jamal, sírio de 30 anos.
Nesta segunda-feira as autoridades gregas enviaram ônibus para transferir imigrantes de Pireu para docas ao noroeste da capital Atenas, e havia sinais de que os refugiados estavam a caminho.
Mas alguns não se convenceram, temerosos de que ficariam essencialmente aprisionados nos centros. "Acho que tudo que podemos fazer é esperar aqui", disse o sírio Furat Mamo.
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