Pela primeira vez da sua História, a União Europeia vai comprar e entregar armas e outros equipamentos a um país que está a ser atacado" declarou ontem Ursula Von Der Leyen, presidente da Comissão Europeia, ao sublinhar o carácter inédito desta decisão. "Simultaneamente, reforçamos as sanções contra o Kremlin e contra quem colabora com ele, o regime de Lukashenko", acrescentou a dirigente europeia antes de enumerar o conjunto de restrições.
"Em primeiro lugar, vedamos o espaço aéreo da União Europeia aos russos. Os aviões pertencentes a russos, registados na Rússia ou controlados por russos não poderão mais aterrar, descolar ou sobrevoar o território da União Europeia. Em segundo lugar, noutro passo inédito, banimos da União Europeia a máquina mediática do Kremlin. Os canais públicos 'Russia Today' e 'Sputnik' bem como as suas filiais não poderão mais espalhar as suas mentiras para justificar a guerra de Putin. Terceiro, vamos visar o outro agressor nesta guerra, o regime de Lukashenko. Vamos aplicar restrições contra os seus principais sectores económicos. Isto vai bloquear as suas exportações de hidrocarbonetos, tabaco, cimento, ferro e aço", anunciou Ursula Von der Leyen.
Ursula Von der Leyen, presidente da Comissão da União Europeia
Estas novas restrições e especificamente a compra e entrega de armas pela União Europeia à Ucrânia foram qualificadas hoje de "acto hostil" pelo Kremlin que no próprio dia em que a Rússia invadiu a Ucrânia tinha tecido advertências sobre as consequências que poderiam sofrer os países que ajudassem Kiev.
"A União Europeia está a adoptar uma posição hostil em relação a nós e toma medidas que não só não são amigáveis, mas são hostis", declarou hoje em conferência de imprensa o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov referindo que o fornecimento de armas à Ucrânia pode tornar-se "um factor extremamente perigoso e desestabilizador" a longo prazo.
"Mais uma vez, isso confirma que a Rússia estava certa relativamente às medidas que tomou para assegurar a desmilitarização" da Ucrânia, disse ainda Dmitry Peskov ao afirmar, sem fornecer provas, que muitos ucranianos têm estado a ser utilizados como escudos humanos.
Já o Presidente Ucraniano, por seu turno, saudou a formação de uma "coligação internacional anti-guerra" e apelou os estrangeiros a dirigir-se para o seu país no intuito de combater "os criminosos de guerra russos".
Entretanto, no terreno, ao quinto dia da invasão russa à Ucrânia, os combates continuam em diversas frentes. Esta madrugada registaram-se confrontos em torno da capital, Kiev, assim como nas localidades de Kharkiv, Kherson e Cher Nihi. Desde quinta-feira, segundo a ONU pelo menos 102 civis terão sido mortos, mas esta entidade considera que o balanço das vítimas pode ser "consideravelmente" maior. As Nações Unidas contabilizaram por outro lado mais de 500 mil refugiados resultantes deste conflito. A União Europeia calcula que mais de 7 milhões de pessoas poderiam vir a ser obrigadas a sair da Ucrânia devido à guerra.
Fonte:da Redação e da rfi
Reeditado para:Noticias do Stop 2022
Outras fontes • AFP, AP, TASS, EBS
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