Desde 14 de Agosto lavra um incêndio na Madeira onde já arderam cerca de cinco mil hectares da ilha. Não há registo de mortos nem feridos, as infra-estruturas e habitações não sofreram danos. Mas, de acordo com a associação ambiental Quercus, vários tipos de vegetação rara já foram destruídos nesta ilha conhecida como a "Pérola do Atlântico", terreno
para uma fauna e flora diversificada e áreas classificadas como património mundial da Unesco.
Na manhã de quinta-feira 22 de Agosto, no oitavo dia de luta contra as chamas, o incêndio na Madeira está com duas áreas de fogo activas, sendo a que evoluiu para a cordilheira central, principalmente na Achada do Teixeira, Pico Ruivo, a que mais preocupa, de acordo com as autoridades locais.
No terreno, para lutar contra as chamas, a Protecção Civil conta apenas com um helicóptero. O Governo regional da Madeira activou esta quarta-feira Mecanismo Europeu de Protecção Civil para que pudessem ser enviados "dois aviões Canadair".
Em entrevista à RFI, Elsa Araújo, presidente da associação ambiental Quercus na Madeira, denuncia a falta de meios e questiona a demora na activação do plano europeu para a disponibilização de meios aéreos no combate às chamas.
No espaço de uma semana arderam cerca de 5 000 hectares numa ilha com várias zonas classificadas como Património Mundial da UNESCO.
"Nós na Quercus não conseguimos compreender como é que só após uma semana o governo regional activou o plano para a vinda dos meios aéreos. Isso não tem explicação. Todos os madeirenses sabem que na zona onde os fogos estão a lavrar, os aviões são a única forma de os combater. Qualquer pessoa com consciência e responsável teria pedido há imenso tempo os meios aéreos para combater os fogos. Isto mostra que da parte do governo não existe qualquer interesse pela conservação do património natural", alega a presidente da associação ambiental.
A orografia da ilha da Madeira, com montes abruptos e de difícil acesso e a confluência dos ventos, dificulta o combate às chamas. O acesso por via terrestre é por vezes "impossível", concede a presidente da Quercus, questionando todavia a demora na activação do Mecanismo Europeu que permitiria incluir no combate às chamas mais meios aéreos.
"Ao longo destes dias tivemos apenas um meio aéreo [um helióptero] a combater o fogo. é muito pouco, tendo em conta a área atingida pelas chamas. Este descontrolo do fogo para a zona do Pico Ruivo deve-se precisamente ao facto de não termos tido mais meios aéreos numa fase inicial. O fogo foi ardendo e avançando por aquelas cordilheiras, até ao ponto de ficar descontrolado. Agora muito património natural já foi destruído e as chamas já estão a ameaçar a floresta Laurissilva", alerta Elsa Araújo.
A associação tem vindo a alertar que já foi eliminado pelas chamas um conjunto de plantas em habitats protegidos e classificados Natura 2000, rede de áreas designadas para conservar os habitats e as espécies selvagens raras, ameaçadas ou vulneráveis na União Europeia.
Receia-se ainda que "outras plantas, que são únicas, que só existem naquelas zonas, possam eventualmente já ter extinguido".
"Estamos muito preocupados em relação à conservação da floresta Laurissilva. Já há uns anos atrás, quando os fogos atingiram a zona do Parque Ecológico, na zona do Pico do Areeiro, uma espécie única, a cerveira, ardeu com o fogo e extinguiu no seu habitat natural", recorda a ambientalista Elsa Araújo.
O património natural da ilha da Madeira atrai todos os anos milhões de turistas, atraídos pela fauna e a flora únicas da ilha. Mas sem regulação do turismo, não pode haver uma preservação justa do ambiente, de acordo com a Quercus que, pela voz de Elsa Araújo, alerta para os perigos do "turismo de massas".
"O número de turistas que visita a Madeira é excessivo, é turismo de massas. E temos uma agravante, que é o facto de não haver controlo no acesso às áreas protegidas. Os nossos vizinhos açorianos controlam o acesso às áreas protegidas, isto é regrado na Região Autónoma dos Açores. Há muitos anos que pedimos aos turistas para terem cuidado e respeito quando visitam as áreas protegidas, nomeadamente se existe indicação de que determinado percurso é proíbido.O que nós pedimos aos turistas é que respeitem a sinalização", conclui a presidente da Quercus.
Fonte:da Redação e da rfi
Reeditado para:Noticias do Stop 2024
Outras fontes • AFP, AP, TASS, EBS
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