Uma pessoa ainda está desaparecida, informaram fontes policiais, ao divulgarem este novo balanço de vítimas, enquanto as equipes de resgate ainda rastreiam os destroços dos trens.
O ministro alemão de Transportes, Alexander Dobrindt, já havia falado do "momento difícil para a história do transporte ferroviário na Alemanha", ao descrever em entrevista coletiva a "imagem aterrorizadora" que presenciou no lugar do acidente.
O ministro ressaltou que os especialistas do Escritório Federal de Ferrovias, que estão no local, deverão determinar as causas do acidente e as razões - técnicas ou humanas - pelas quais o sistema de freio automático, que entra em funcionamento quando um trem ultrapassa a velocidade máxima ou circula sem permissão, falhou.
O acidente aconteceu perto da cidade de Bad Aibling, no estado federado da Baviera, e no local estão várias equipes de resgate com ambulâncias e helicópteros para atender os feridos e levar os mais graves aos hospitais.
As duas locomotivas se chocaram na altura de uma curva, e vários vagões tombaram após o descarrilamento de um dos trens "Meridian", operados pela companhia privada de ferrovias Bayerische Oberlandbahn.
O ministro se mostrou convencido de que os dois trens envolvidos no acidente bateram "a uma velocidade muito elevada", em um trecho de sentido único em que o limite é de 100 km/h.
Como a colisão aconteceu em uma curva, os dois motoristas aparentemente não chegaram a perceber a presença um do outro, acrescentou.
Dobrindt explicou que das três caixas-pretas nos dois trens, duas já foram recuperadas, e a análise permitirá determinar as circunstâncias técnicas anteriores e no momento do acidente. Ele reiterou que o importante agora é esclarecer se foi "um problema técnico ou um erro humano", mas se recusou a especular sobre as causas.
O ministro apontou que o sistema de frenagem automática pontual foi introduzido em todo o sistema ferroviário após o acidente de 29 de janeiro de 2011, que deixou dez mortos na colisão entre um trem de passageiros e um de carga no estado federado da Saxônia-Anhalt, que aconteceu após um dos motoristas ignorar dois sinais de advertência e continuar a circular.
O ministro agradeceu o trabalho dos 500 soldados das equipes de resgate, que "salvaram vidas nas condições mais difíceis".
"Confio que as autoridades competentes farão o que estiver em seu alcance para esclarecer como aconteceu esse acidente", disse a chanceler Angela Merkel, em mensagem divulgada por seu departamento de imprensa, na qual também expressou "comoção" pela tragédia.
O ministro de Interior bávaro, Joachim Herrmann, afirmou que estão fazendo todo o possível para esclarecer as causas do acidente e indicou que "houve mudanças no horário dos trens".
"Embora não possa existir nunca 100% de segurança, devemos fazer todo o possível para descartar, na medida do possível, erros humanos e técnicos", disse.
Um porta-voz da polícia afirmou que 150 pessoas viajavam nos trens envolvidos no acidente de hoje, menos do que o habitual para este trajeto - o que qualificou de "golpe de sorte" devido às férias de carnaval.
A ferrovia permanece completamente bloqueada, e foram colocados â disposição ônibus para os viajantes que precisarem fazer esse trajeto.
Os serviços de saúde fizeram um chamado à população para doar sangue para cobrir as necessidades urgentes como consequência do acidente.
É o acidente ferroviário mais grave na Baviera desde o registrado em 1975 na cidade de Warngau, quando 41 pessoas morreram e outras 126 ficaram feridas em um choque frontal de dois trens.
Fornecido por: Da EFE 2016 ( STOP )