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Atentados de 13 de Novembro: Salah Abdeslam ouvido esta quarta-feira

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No julgamento dos ataques de 13 de Novembro de 2015 na região de Paris, o colectivo de juízes continua a interrogar os réus sobre a sua possível radicalização e a preparação dos ataques, mas, por enquanto, o interrogatório abarca apenas o período até final de Agosto de 2015.

Já lá vão 80 dias de julgamento e, esta quarta e quinta-feira, as atenções voltam a focalizar-se no testemunho do principal arguido dos atentados, Salah Abdeslam. Ele é o único elemento ainda vivo dos que perpetraram os ataques dessa noite e que incorre numa pena de prisão perpétua. A 13 de Novembro de 2015, Salah Abdeslam deixou três bombistas suicidas junto ao Stade de France e depois levou outro bombista suicida, o irmão, ao café Comptoir Voltaire. Salah Abdeslam também tinha um colete de explosivos mas foi encontrado num caixote do lixo. Depois, ele fugiu para a Bélgica.

Na abertura do julgamento, a 8 de Setembro, Salah Abdeslam apresentou-se como um combatente do Estado Islâmico. Mais tarde declarou que “o 13 de Novembro era inevitável” por causa da intervenção francesa na Síria e falou em “diálogo” para evitar outros ataques.

No início de Novembro, quando foi interrogado sobre a sua personalidade, falou numa vida "normal”, com alguns furtos, em particular com Abdelhamid Abaaoud, futuro coordenador dos ataques, mas sem se expandir sobre essa amizade. Salah Abdeslam acabou por concordar em se submeter a um exame psiquiátrico que concluiu que ele "se envolveu na desumanização totalitária" e que considerou apropriado "eliminar formalmente” a hipótese de “qualquer doença mental" no arguido.

Este julgamento histórico acontece seis anos depois dos piores ataques terroristas cometidos em França que fizeram 130 mortos e mais de 350 feridos. As audiências começaram a 8 de Setembro de 2021 e a leitura do veredicto está prevista para final de Maio.

A longa maratona judicial de quase nove meses vai julgar 20 arguidos, mas apenas 14 estão presentes no julgamento no Palácio da Justiça, na Ile de la Cité, em Paris.

Além de Salah Abdeslam, também presentes e a incorrerem numa pena de prisão perpétua por participação na preparação dos atentados, estão Mohamed Abrini, Mohamed Bakkali, Osama Krayem, Sofien Ayari e Yassine Atar. Ahmed Dahmani incorre na mesma pena, mas está detido na Turquia que recusou o pedido de extradição. Outros cinco, nomeadamente dois acusados de terem dirigido os atentados, Oussama Atar e Obeida Aref Dibo, são julgados mas suspeita-se que tenham morrido em bombardeamentos na Síria.

Os outros arguidos presentes no julgamento incorrem numa pena de 20 anos por suspeitas de ajuda na preparação dos ataques, através do fornecimento de armas, ajuda nas viagens, alojamento dos jihadistas, fuga de Salah Abdeslam e por terem planeado participar também nos ataques. Há, ainda, um arguido que incorre em seis anos de prisão por ter acompanhado outro suspeito quando levou Abdeslam de Paris para a Bélgica depois dos atentados.

O julgamento conta com quase 1800 partes civis, mais de 300 advogados e cerca de uma centena e meia de órgãos de comunicação social, um terço internacionais.

 

Fonte:da Redação e da rfi
Reeditado para:Noticias do Stop 2022
Outras fontes • AFP, AP, TASS, EBS
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