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Farc são unânimes sobre acordo de paz, mas têm inquietações

Acordo de paz: novo movimento deverá também buscar a "democracia ampliada, uma Colômbia inclusiva socialmente, mais justa"

América do Sul
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aplicação, explicou nesta segunda-feira um de seus líderes, Jorge Torres Victoria, conhecido como "Pablo Catatumbo".

"Existe apoio unânime ao acordo, ao comandante, ao Estado-Maior e à delegação de paz", disse "Catatumbo" em reunião com a imprensa que se deslocou até El Diamante, um ponto nos Llanos del Yarí, uma remota região nos confins da Amazônia onde acontece a assembleia.

Além disso, "Catatumbo" explicou que neste domingo discursaram na conferência representantes de 44 unidades e blocos que expuseram diferentes inquietações sobre o que vai acontecer com os grupos criminosos herdeiros do paramilitarismo e se "o governo irá cumprir" sua parte do acordo.

"Catatumbo", que é membro do Secretariado (comando colegiado das Farc), explicou que os guerrilheiros também têm dúvidas sobre como será sua reintegração "na vida econômica" colombiana e se os presos das Farc "vão sair" das prisões.

Em sua declaração, na qual não aceitou perguntas, o dirigente das Farc também afirmou que os delegados continuarão hoje com os discursos nos quais esperam que "se alimente o debate".

Até o momento, os guerrilheiros também ouviram "muitas propostas para melhorar a imagem e o desempenho na organização política legal" em que se transformarão assim que deixarem as armas, acrescentou "Catatumbo".

Essa organização será "um partido ou movimento político", segundo disse seu líder, Rodrigo Londoño Echeverri, conhecido como "Timochenko" na abertura da conferência no sábado passado.

Durante os debates, foram propostos alguns dos princípios que esse partido terá, como "combater a corrupção e manter o respeito às ideias alheias e a luta pelas ideias", comentou o chefe guerrilheiro.

O novo movimento deverá também buscar a "democracia ampliada, uma Colômbia inclusiva socialmente, mais justa" e que respeite os "princípios democráticos".

Além disso, houve "observações e críticas frente a alguns comandantes da Frente Primeira", uma unidade guerrilheira que opera no departamento do Guaviare, no sudeste, que anunciou há dois meses que não acolheria o acordo de paz alcançado após quase quatro anos de negociações em Havana, mas que enviou um delegado e parece que finalmente se desmobilizará.

O acordo de paz alcançado com o governo foi firmado no dia 24 de agosto e será assinado em um ato solene no próximo dia 26, em Cartagena das Índias, pelo presidente Juan Manuel Santos e "Timochenko".

Posteriormente, o pacto será submetido a uma consulta popular em um plebiscito que será realizado em 2 de outubro.

Nesta conferência, que terminará na próxima sexta-feira, espera-se que as Farc ratifiquem o acordo, a deposição das armas e sua transformação em um partido ou movimento político.

Ao ser o principal órgão de representação dessa guerrilha, as decisões que forem tomadas nessa reunião marcam as linhas de atuação que serão seguidas e cujo cumprimento é obrigatório. 

 

 

 

 

 

Fonte:EFE

Reditado para:Noticias Stop 2016

Fotografias:Getty Images / Reuters /EFE

Tópicos:Colômbia, América Latina, Farc, Governo

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